Senado lembra vítimas do Holocausto

O senado realizou sessão especial, na manhã de ontem, em homenagem às vítimas do Holocausto, prática adotada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial para exterminar grupos de pessoas consideradas por eles "inconvenientes e indesejadas", em especial os judeus. Foi em 27 de janeiro que os prisioneiros do maior campo de concentração nazista, o Auschwitz-Birkenau, foram liberados pelo exército russo e, por isso, a ONU definiu a data como Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Ao abrir a sessão, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) lembrou que participou das investigações do caso Josef Mengele, médico nazista que viveu no Brasil durante vários anos, até morrer afogado na praia de Bertioga (SP), em 7 de fevereiro de 1979. Mengele ficou conhecido como O Anjo da Morte por ter, segundo denúncias, participado de experiências com os prisioneiros judeus no campo de concentração de Auschwitz, que incluíam amputações, retirada de órgãos e padronização no número de série em tatuagens.

A política nazista permitiu que fossem enviados aos campos de concentração, além de milhares de judeus, ciganos, homossexuais e deficientes físicos. Calcula-se que cerca de seis milhões de pessoas morreram no período. Durante a sessão, realizada a pedido do senador Luiz Otávio (PMDB-PA), vários parlamentares enfatizaram a necessidade de se relembrar a data a fim de evitar que se repita um período tão obscuro da história da humanidade. Participaram da cerimônia a embaixadora do Estado de Israel, Tzipora Rimon,o embaixador da Alemanha, Prot von Kunow, além dos embaixadores da Ucrânia, Yuril Bogaievsky, e do Uruguai, Pedro Humberto Vaz Ramela.

O senador Paulo Paim (PT-RS) ressaltou que é importante também lembrar dos que ajudaram as vítimas do nazismo. Paim citou o diplomata brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas, embaixador em Paris de 1922 até 1942, que concedeu centenas de vistos para ajudar na fuga de pessoas perseguidas pelos nazistas. Dantas salvou cerca de 500 pessoas. "Esse verdadeiro herói é reconhecido oficialmente pelo Museu do Holocausto em Jerusalém e recebeu o título de "Justo entre as Nações", denominação dada aos que arriscaram suas vidas para ajudar as vítimas do nazismo", declarou Paim.

Ainda segundo o senador pelo PT, a brasileira Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, assistente do embaixador Dantas, salvou 80 pessoas, emitindo vistos por conta própria. Holocausto é o nome dado à política nazista alemã que pretendia o extermínio de judeus e outras etnias e minorias consideradas inferiores pelos arianos.

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