Foto: José Cruz/Agência Senado |
34 senadores apoiaram requerimento. |
Brasília – A criação da CPI do Apagão Aéreo será formalizada hoje no Senado, com a leitura em plenário do requerimento apoiado por 34 senadores. A comissão terá 180 dias para investigar, entre outras coisas, a corrupção na Infraero, as razões do apagão e eventuais conflitos na atuação de órgãos do setor. Os líderes do governo e da oposição se comprometeram ontem, na reunião que tiveram com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), indicar seus representantes na comissão até o dia 15 de maio.
Até lá, a expectativa do governo – segundo o líder Romero Jucá (PMDB-RR) – é a de chegar a um entendimento com todos os partidos para transferir a investigação para a Câmara dos Deputados. ?Senão, serão criadas duas CPIs?, previu. ?Será uma overdose!? Jucá reiterou que o governo ?aceita e não quer barrar nenhum tipo de CPI?, apesar do ?desconforto? provocado pela iniciativa e na ?desarmonia? que acredita haverá entre a Câmara e o Senado, se for criada uma CPI em cada Casa.
Os líderes do DEM e do PSDB, senadores José Agripino (RN) e Arthur Virgílio (AM), acreditam que a CPI no Senado é ?irreversível? porque não vêem clima para fazer nenhum tipo de acordo. ?Os senadores têm o direito de fazer uma investigação?, defendeu Agripino. O líder disse que a sua opção e a de seus colegas ganha força diante da constatação de que a apuração, na Câmara, correria o risco de fracassar diante da existência de dois deputados governistas para um da oposição. ?Com esta correlação, a convocação de depoentes imprescindíveis seria facilmente tratorável (sic) pelo governo?, previu.
Virgílio lembrou que a sua bancada decidiu, por unanimidade, pela instalação da CPI no Senado. ?Não senti nenhum clima de levar a comissão para a Câmara?, alegou. Sua expectativa é de iniciarem o quanto antes o cronograma dos trabalhos no Senado. Quanto ao prazo de 20 dias, dado aos líderes para indicarem os membros da CPI, o líder disse que, como não há previsão no regimento, chegou-se a este prazo depois de constatado ser essa a média da indicação dos integrantes nas CPIs realizadas no Senado nos últimos 18 meses.