Os protestos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizados hoje, que cobram do governo federal a realização da reforma agrária e o fortalecimento dos assentamentos, aconteceram em 12 Estados do País. De acordo com o MST, os manifestantes ocuparam sedes do Ministério da Fazenda em quatro Estados e superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em três. O MST exige o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Incra para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras para a reforma agrária, além de investimentos em assentamentos.
Em Brasília, mais de três mil trabalhadores rurais do MST e da Via Campesina ocuparam o Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios. Representações do ministério também foram ocupadas em Belém, onde 850 trabalhadores do MST ocuparam uma delegacia da pasta depois de sete dias de marcha de 200 quilômetros, do município de Irituia até a capital paraense; e em Curitiba, onde cerca de 400 ocuparam uma representação no centro da cidade. Ainda na capital do Paraná, estão acampados em frente ao Incra mais de cem trabalhadores rurais.
Cerca de 1.200 trabalhadores de diversos movimentos sociais do campo atuantes no Mato Grosso ocuparam o prédio da Receita Federal, órgão do Ministério da Fazenda, em Cuiabá. Protestos em frente a representações da Fazenda ocorreram também em Porto Alegre e Florianópolis. Na capital gaúcha, cerca de mil trabalhadores da Via Campesina montaram um acampamento no pátio do Ministério da Fazenda. Já em Florianópolis, 400 trabalhadores do MST fizeram protesto em frente a uma delegacia da pasta.
Em São Paulo, os mil manifestantes do MST que chegaram ontem à cidade após uma marcha de 100 quilômetros, de Campinas à capital do Estado, fizeram um protesto em frente à delegacia do Ministério da Fazenda para denunciar a política econômica do governo federal, que, segundo eles, impede a realização da reforma agrária.
Os sem-terra também organizaram uma marcha no Mato Grosso do Sul. Divididos em duas colunas, 850 manifestantes devem chegar na sexta-feira à capital Campo Grande. Com o lema “Terra, Trabalho e Soberania”, a 6ª Marcha Estadual alerta sobre necessidade da reforma agrária para a construção de uma alternativa à crise econômica.
Nordeste
Cerca de 400 integrantes do MST ocuparam hoje a superintendência do Incra em Salvador, em protesto contra os cortes do orçamento da reforma agrária e em defesa do assentamento das 28 mil famílias acampadas em toda Bahia. No Ceará, cerca de 1.500 mil pessoas estão mobilizadas e ocuparam a sede do Incra na capital. No município de Caucaia, foi ocupada uma fazenda, que segundo eles, seria improdutiva. Os sem-terra também protestaram em órgãos públicos em diversos municípios cearenses.
Em Petrolina, no sertão pernambucano, cerca de 150 famílias do MST ocuparam a sede do Incra para fortalecer as reivindicações da marcha estadual. No primeiro dia da caminhada, 2.500 trabalhadores rurais sem-terra percorreram os 12 quilômetros que separam a cidade de Pombos do município de Vitória de Santo Antão. Na chegada, eles organizaram panfletagem e uma exposição de fotos dos 25 anos do movimento. Ainda hoje, 600 agricultores de várias regiões de Alagoas se reuniram para mobilizações da jornada nacional de lutas em Maceió.