O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou hoje a Fazenda Jabuticaba, no município de São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano, pela nona vez em seis anos. Em fevereiro, a área foi palco do assassinato de quatro seguranças da propriedade cometidos por trabalhadores sem-terra. Ontem, famílias sem-terra reocuparam a Fazenda Papagaio, em São Caetano, também no agreste. Agora, somam 16 as ocupações de terra realizadas pelo MST neste ano em Pernambuco.

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Em março, os acampados da Fazenda Jabuticaba fizeram um acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e deixaram a propriedade com a promessa de uma nova vistoria. O MST afirmava na época que a Jabuticaba tinha 800 hectares e era improdutiva. Os donos afirmavam que o tamanho era de 237 hectares, o que deixaria a propriedade de fora dos padrões para reforma agrária.

O líder da reocupação, Luiz Carlos da Silva, criticou a inoperância do Incra e afirmou que as famílias estavam cansadas de esperar por uma solução. Eles decidiram então reocupar a área como forma de pressão e também porque haviam se instalado temporariamente, depois de deixarem a Jabuticaba, em um local inapropriado, sem água e sem luz.

De acordo com o promotor agrário estadual, Édson Guerra, que integra a Comissão Estadual de Resolução, Prevenção e Medição de Conflitos Agrários, a fazenda passou por uma nova medição – sua área é de 237 hectares -, mas, ao reunir documentos para a vistoria, o Incra não encontrou a certidão de domínio de propriedade no nome dos atuais donos. O caso foi encaminhado para a Fundação de Terra de Pernambuco (Funtepe), que investiga a situação jurídica da propriedade.

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