Brasília
– O senador eleito Cristóvam Buarque (PT-DF) vai aceitar o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o Ministério. Anteontem, num comício em Caetés, cidade natal de Lula, em Pernambuco, o presidente eleito disse que Cristóvam não será senador porque o Brasil precisa dele em outros lugares.Apesar do apelo público, Cristóvam afirmou que está aguardando a formalização. “Se for convidado, sinto-me obrigado a aceitar. Conversarei com meus eleitores. Se o presidente me convocar, estarei preparado”, disse. Apesar da reticência, o ex-governador do Distrito Federal falou até de seus planos, caso seja ministro. Ele concorda que o ensino superior deveria deixar de ser competência do Ministério da Educação, que, segundo ele, só deve tratar do ensino básico. Na impossibilidade da criação de outra pasta, Cristóvam quer as universidades vinculadas ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Além de Buarque, estão praticamente definidos como ministros o presidente do PT, José Dirceu, e o coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho. Dirceu será o ministro-chefe da Casa Civil e Palocci deve assumir o Ministério da Fazenda caso o senador eleito Aloizio Mercadante fique no Congresso em 2003. As decisões foram tomadas na noite de terça e madrugada de quarta-feira em Brasília. Se Mercadante aceitar o Ministério da Fazenda, Palocci irá para o Planejamento. José Genoino, deverá ser o Secretário Nacional da Segurança Pública, com status de ministro, ou terá uma pasta de assuntos políticos.
E Luiz Gushiken, coordenador-adjunto da equipe de Transição, poderá chefiar a Secretaria de Comunicação do Governo. A hipótese foi discutida pela primeira vez na reunião do início da semana. Lula deve anunciar todos os nomes de seu governo até o dia 15 de dezembro, mas acredita-se que os nomes do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central sejam divulgados antes, para conter a especulação e a pressão do mercado.
