Sem dinheiro, PT cobra ajuda de seus políticos

A crise ética que atingiu o PT depois do escândalo do mensalão afastou militantes e desferiu drástico golpe nas pretensões da atual diretoria de equilibrar as finanças do partido. A campanha emergencial de arrecadação que será encerrada neste mês previa chegar aos R$ 13 milhões a partir da contribuição de filiados e simpatizantes. Baterá, se tanto, nos R$ 4,5 milhões, menos de 35% do total pretendido. Em dinheiro contabilizado, registre-se.

Prevenida, a nova direção petista contabiliza centavo por centavo, com o registro do nome de quem faz a contribuição. A todos é entregue um recibo. Não quer saber do dinheiro não-contabilizado dos tempos do ex-tesoureiro Delúbio Soares. ?No fim do mês nós vamos fechar o balanço e suspender a campanha porque vamos nos dedicar a outra campanha, a da reeleição do presidente Lula?, disse o tesoureiro petista, Paulo Ferreira. Ao todo, calcula-se que a dívida deixada por Delúbio pode ter chegado aos R$ 100 milhões com os juros. Nas CPIs, o ex-tesoureiro disse que o dinheiro não-contabilizado era de R$ 55 milhões.

A campanha de arrecadação encontrou dificuldades para deslanchar até entre parlamentares petistas. De acordo com o primeiro balanço da direção do partido, dos 93 parlamentares (81 deputados e 12 senadores) do PT, somente 38 tinham se engajado nela. A cada um foi sugerida a contribuição de R$ 10 mil. Mas o deputado Adão Pretto (RS), por exemplo, entregou apenas R$ 353,04. Ele pertence à ala esquerda do partido.

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), contribuiu com R$ 16 mil; o deputado Marcos Maia (RS), com R$ 20 mil. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), doou R$ 5 mil, metade da meta. O deputado Virgílio Guimarães (MG), que apresentou o empresário Marcos Valério a Delúbio Soares, pagou R$ 10 mil. Virgílio foi suspenso do partido por mais de um ano por ter concorrido à presidência da Câmara contra a orientação da bancada.

Dos senadores, o mais generoso foi o candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, que doou R$ 8.223,00. Em seguida aparecem Eduardo Suplicy, com R$ 4 mil; a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), e Sibá Machado (AC), cada um com R$ 3 mil; Fátima Cleide (RO), com R$ 2 mil, e Serys Slhessarenko (MT), com R$ 1 mil. Os outros não tinham doado nada até o primeiro balanço. 

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