Embora tenha anunciado um corte de R$ 900 milhões no orçamento deste ano por causa da crise de falta d’água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) manteve intacta, em R$ 43,7 milhões, a verba para gastar com propaganda. Os contratos com três agências de publicidade foram assinados no dia 26 de março.

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Em nota, a Sabesp informou que “a campanha publicitária é de fundamental importância para conscientização da população neste momento de escassez hídrica”. Desde fevereiro, a empresa tem veiculado peças publicitárias estreladas pelo apresentador de TV Rodrigo Faro para falar da crise do Sistema Cantareira, da campanha pela redução do consumo de água e dos investimentos feitos pela Sabesp nos últimos anos.

A licitação só foi concluída após o desfecho de um embate judicial envolvendo a agência Duda Propaganda, do marqueteiro político Duda Mendonça, que não concordou com a desclassificação no certame e travou na Justiça a homologação do resultado. Por ao menos seis meses, a publicidade da Sabesp estará dividida entre as agências Lew Lara, Fischer América e White Propaganda. Cada uma receberá R$ 14,6 milhões.

O valor global, que pode chegar a R$ 87,4 milhões em um ano com a renovação dos contratos, é o mesmo que a Sabesp pagava nas contas de publicidade anteriores à crise de abastecimento. Em janeiro, o Estado noticiou que a companhia havia assinado, sem licitação, um contrato de publicidade no valor de R$ 22 milhões com a Lew Lara, alegando caráter emergencial, para divulgar campanha com enfoque na economia de água durante o verão.

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A Lew Lara havia sido a primeira classificada no certame. Com os contratos de março, a contratação emergencial foi encerrada. Agora, a Sabesp pretende intensificar as campanhas de publicidade para explicar as ações que têm sido tomadas para tentar evitar o racionamento de água generalizado na Grande São Paulo.

Depois do plano de desconto para quem economizar água, a próxima medida deve ser a cobrança de multa para quem aumentar o consumo. A empresa aguarda a autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) para aplicá-la. Enquanto isso, o nível do Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo, continua caindo. Ontem, chegou a 11,4% da capacidade, novo recorde negativo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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