Sem citar nomes, Lula diz que tem gente torcendo para ter inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (2), em discurso para cerca de 1,3 mil pessoas que participaram do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário, no centro de convenções da Universidade Positivo, em Curitiba, que tem uma "minoria" torcendo para que o Brasil tenha inflação, apenas para "falar mal do governo". "Vocês acreditam nisso? Eles estão há três anos sem ter o que falar. Tem gente torcendo para ter inflação para ter um discursinho para atacar o governo", destacou. Mas ele alertou: "Quem torcer para esse país não dar certo vai simplesmente quebrar a cara, e se não fosse presidente da República ia dizer quebrar outra coisa".

Segundo Lula, sua convicção tem explicações. "Todo investimento que fizemos para ter infra-estrutura começará a desovar agora", salientou. "Duvido que em algum momento os prefeitos deste Estado, independentemente do partido que pertençam, tiveram a quantidade de recursos disponibilizados pelo governo federal como tem agora". Ele citou investimentos em ferrovias e portos, além das promessas de exploração do petróleo de pré-sal e aplicação de recursos em siderúrgicas e refinarias. "Eu acredito que os meus filhos e os meus netos vão viver em um país muito melhor do que aquele que eu herdei dos meus pais e vocês têm muita responsabilidade com o futuro deste país", disse.

A cobrança de responsabilidade de todos foi uma das tônicas do discurso presidencial. "O Lula só tem mais dois anos e seis meses de governo", salientou. "A gente não pode ficar debitando nas costas do governo a responsabilidade por tudo". E citou o exemplo do plano agrícola divulgado nesta terça-feira. "Se der errado tanto o presidente da República, quanto o Guido Mantega (ministro da Fazenda), quanto qualquer outro ministro, até o da Cultura (Gilberto Gil), vai sofrer a mesma pressão", afirmou. "Precisamos aprender a construir juntos para que seja uma coisa nossa".

O presidente disse que continuará a defender o Brasil e a criticar as grandes potências em seus discursos pelo mundo. Na próxima semana, quando estará em Tóquio, no Japão, para encontro do G8 (grupo formado pelas oito maiores potências), em que o Brasil participa como convidado, ele adiantou que falará sobre o que considera preponderante para a alta dos preços de petróleo e alimentos. "Os bancos que perderam dinheiro na especulação imobiliária estão agora querendo ganhar dinheiro especulando com alimento e petróleo", criticou.

O evento reuniu três dos oito candidatos à prefeitura de Curitiba – Beto Richa (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Carlos Augusto Moreira Júnior (PMDB). Na noite anterior, ao chegar em Curitiba, o presidente foi o convidado do deputado federal Ratinho Júnior para o jantar preparado, segundo o deputado, por seu pai, o apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho. "Uma rabada", disse. Ao término da solenidade, Lula desceu do palanque e foi abraçar e tirar fotos com participantes do encontro.

Mas, ao deixar o local, precisou enfrentar um protesto de funcionários dos Correios, que estão em greve. O presidente foi ao encontro dos manifestantes e, de acordo com o presidente do sindicato de Curitiba, Nilson Rodrigues dos Santos, comprometeu-se a conversar com a direção nacional dos Correios para que seja cumprido o compromisso de conceder adicional de periculosidade à categoria. "Disse a ele que a greve só acaba quando houver o compromisso definitivo", afirmou Santos.

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