O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará sem o apoio formal do PSB, seu aliado histórico, na campanha pela reeleição. O partido cancelou a convenção que faria quarta-feira, depois que a Executiva do partido decidiu ficar sem candidato à presidência para ter liberdade de coligação nos estados. O PSB precisa obter votos nas eleições proporcionais para cumprir a cláusula de barreira, a regra eleitoral pela qual os partidos precisam ter pelo menos 5% dos votos nacionais para ter acesso a tempo de TV e ao fundo partidário, entre outros direitos.
Para Lula, o revés provocado pela falta de apoio formal do PSB significa menos tempo no horário eleitoral na TV e no rádio. Com o PSB, Lula poderia ter cerca de três minutos agregados aos seus 6 minutos nos blocos de propaganda eleitoral. O principal adversário de Lula, o tucano Geraldo Alckmin, terá cerca de 9 minutos na TV, por causa da coligação com o PFL. ?Vamos apoiar Lula em 80% dos Estados. Não adianta o partido dar o vice-presidente e deixar de existir por não ter conseguido cumprir a cláusula de barreira?, afirmou o líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ). O líder afirmou que o PT e o PSB estarão aliados em 19 estados.
A avaliação da Executiva é que o apoio formal à Lula significaria cerca de 300 a 500 mil votos a menos para a sigla. ?Esses votos são essenciais para cumprir a cláusula de barreira? afirmou Cardoso. ?Nosso entendimento é que será mais difícil para Lula governar do que ganhar a eleição e queremos ajudar Lula a governar?, argumentou o líder. O presidente Lula já foi avisado de que não terá o apoio formal do partido, mas a divulgação da posição formal do partido deverá ser feito em nota após reunião do comando do PSB com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e com o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro.