Seis policiais militares -três soldados, um cabo, um sargento e um tenente, de duas equipes da Força Tática- foram presos hoje sob suspeita de terem participado da morte de um jovem de 17 anos durante a madrugada, na zona norte de São Paulo.
A morte de Maicon Rodrigues teria motivado os ataques a dois ônibus no Jardim Brasil, que foram queimados entre a madrugada e a manhã de hoje -duas pessoas morreram carbonizadas.
Segundo a polícia, a morte do adolescente foi apresentada pelos policiais como resistência seguida de morte, mas após o depoimento de testemunhas, o DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa) concluiu que Rodrigues foi assassinado.
As testemunhas afirmam que Rodrigues e Waltherney Marques da Silva, que foram abordados pelos policiais na rua rua Basílio Alves Morango, por volta da 1h30, saíram do carro com as duas mãos para cima sem reagirem. Uma das testemunhas diz que viu Rodrigues ser morto.
Após a conclusão do DHPP, a Corregedoria da PM foi acionada e prendeu os policiais, que devem responder por homicídio doloso. Se a participação deles for comprovada, eles devem ser processados criminalmente e serão expulsos da corporação, de acordo com a polícia.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “não compactua com desvios de conduta por parte de seus policiais”.
Ônibus queimados
Cerca de uma hora após a morte de Rodrigues, um grupo parou um ônibus da viação Sambaíba, que estava na praça Erotides de Campos com a rua Basílio Alves Morango, que fazia o trajeto da linha 2182 (Jardim Brasil-Praça do Correio).
O motorista e o cobrador pediram para que os ocupantes deixassem o veículo, antes que os suspeitos colocassem fogo. Dois passageiros, porém, foram atingidos pelas chamas e morreram.
Por volta das 11h, outro grupo ateou fogo em outro ônibus da viação Sambaíba na rua Capítão Alcook. O veículo estava parado sem passageiros porque o motorista e o cobrador estavam almoçando.
Seis suspeitos foram detidos por envolvimento no primeiro crime e uma sétima pessoa foi detida por participar do segundo incêndio.
Os suspeitos, cujas identidades não foram reveladas, teriam de queimaduras pelo corpo e foram levados a hospitais. O delegado-geral, Luiz Maurício Blazeck, empossado há cerca de um mês, se reuniu durante a tarde de hoje no 73º DP (Jaçanã) com integrantes da delegacia e policiais DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa) e do GOE (Grupo de Operações Especiais), para esclarecer os detalhes dos crimes.