O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira (13) que é "inaceitável" que um país adote tratamento discriminatório, voltado para cidadãos de determinadas origens, para impedir que pessoas circulem em seu território, como a Espanha estava fazendo com os brasileiros. "Isso determinou também uma lupa de nossa parte na entrada dos espanhóis", explicou o ministro, com a ressalva que a situação já caminha para a normalidade, numa referência às conversas que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tem mantido com seu colega espanhol Miguel Angel Moratinos.
Genro afirmou ainda acreditar que os esforços que o Brasil e a Espanha estão fazendo para suspender as deportações de cidadãos dos dois países não serão prejudicados por episódios como a detenção de um empresário brasileiro que empregava imigrantes em situação irregular em Sevilha. "Todas as prisões, impedimentos de entrada e devoluções que forem feitas de acordo com a lei soberana do território e com as normas do direito internacional são absolutamente aceitáveis", afirmou, em breve entrevista coletiva na sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Em Porto Alegre, Tarso autorizou o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul a montar um Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro com verbas do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), a exemplo dos que já existem em Brasília e no Rio de Janeiro. A estrutura terá uma equipe de especialistas e tecnologia de última geração, capaz de cruzar dados de diversas fontes com muita rapidez. O procurador-geral de Justiça do Estado, Mauro Renner, disse que o laboratório irá rastrear o trânsito de recursos ilegais, sobretudo na fronteira, e fornecer informações e provas para as autoridades combaterem o crime organizado.