O delegado Protógenes Queiroz afirmou na terça-feira (18) que “a corrupção está instalada em todos os Poderes da República”. Mas ressalvou que, da mesma forma, “em todas estas instâncias existem homens corretos”. Ele falou em uma palestra aos alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ele acusou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de ter pagado fiança de R$ 500 mil para a libertação de um laranja paraguaio detido com uma mala contendo R$ 5 milhões que seriam depositados numa conta CC-5 em Foz do Iguaçu. As CC-5 eram contas bancárias nas quais depósitos em reais eram convertidos em dólares e depois transferidos para paraísos fiscais. Na época Stephanes era presidente do Banestado. A assessoria do ministro disse desconhecer a investigação relatada por Protógenes e salientou que, na presidência do Banestado, Stephanes saneou o banco.
O delegado também afirmou que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) teria contabilizado R$ 17 milhões usados por associados para pagar propinas. O assessor de imprensa da Fiesp, Ricardo Viveiros, disse que a afirmação é mentirosa. “Há cinco anos fazemos lobby de forma decente, legal. Levamos argumentos técnicos aos deputados, senadores e gestores públicos para conseguir nossas demandas”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.