Brasília – A rejeição no Senado Federal da Medida Provisória (MP) 377 – que, dentre outras, criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo – teve repercussões na Câmara dos Deputados.
A MP foi derrubada ontem (27) à noite, por 46 votos a 22, em uma manobra que está sendo atribuída ao PMDB. Dos 19 senadores do partido, 16 votaram na sessão Plenária. Destes, 13 foram favoráveis à rejeição da matéria.
A líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (MA); o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR); e José Sarney (AP) foram os únicos peemedebistas a votar a favor da MP.
Para o deputado Maurício Rands (PT-PE) a rejeição é um "recado pontual" para o governo. "A rejeição, sobretudo pela bancada do PMDB, é mais um recado pontual de aliados do senador Renan Calheiros [presidente da Casa pelo PMDB de Alagoas], que querem que não volte o assunto sobre sua continuidade na presidência".
Questionado sobre a atuação dos senadores peemedebistas, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse ter considerado um "erro" a atitude do partido.
"Na minha avaliação, parte da base do governo errou. E errou de maneira grave ao rejeitar uma Medida Provisória importante que reconstitui um conjunto grande de carreiras, por exemplo. Ali existem cargos de direção da Sudam [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia] e da Sudene [Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste], a reestruturação de estruturas que não só a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo".
Pela manhã, representantes do PMDB – dentre eles, o presidente do partido, Michel Temer, e o ministro das Comunicações, Hélio Costa- estiveram no Palácio do Planalto para uma reunião com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
Segundo Romero Jucá, o partido não rompeu com o governo, mas disse que é preciso fazer alguns ajustes sobre
algumas questões. Jucá não especificou que ajustes seriam estes.