O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse nesta terça-feira (4) que a renúncia de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado não tem nenhuma ligação com as negociações em torno da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na Casa. "Qualquer tensão num momento de votação tão delicada não é bem-vinda, mas tenho convicção de que a votação da CPMF corre por leito próprio. Não acho que haja uma ligação direta entre uma coisa e outra, porque seria diminuir demais o nível de debate no Senado", disse.

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Wagner disse acreditar que as conversações entre os governadores tucanos de São Paulo e Minas Gerais, José Serra e Aécio Neves, com os líderes de seu partido no Senado pode reverter a posição da bancada do PSDB. "O jogo da democracia tem de ser jogado entre governo e oposição, mas tem uma hora, próxima da decisão, que os que estão no Executivo irão transmitir sua sensibilidade aos que estão no Legislativo e falar sobre as dificuldades que um corte desta magnitude pode representar em seus orçamentos.

O governador baiano acredita que, apesar de todas as dificuldades, a CPMF deve ser aprovada e a votação deverá ficar para a semana que vem. "A CPMF deve ser aprovada não por méritos exclusivos do governo, mas pelo momento de maturidade democrática no País. Tem hora em que as pessoas sabem que cortar R$ 41 bilhões do orçamento de um ano para o outro é inexeqüível". Afirmou.

Jaques Wagner falou, ainda, que os nove governadores da região Nordeste estarão em Brasília amanhã, no lançamento do PAC da Saúde, para reafirmar suas posições pela aprovação do chamado imposto do cheque no Senado. O governador baiano proferiu palestra no seminário "Como melhorar o ambiente de negócios", promovido pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), na capital paulista.

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