O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrou nesta sexta-feira (20) de madrugada, ao chegar a Porto Alegre acompanhando o corpo do deputado Julio Redecker, (PSDB-RS), uma das vítimas do acidente com o vôo da TAM em São Paulo, uma explicação pública oficial de "alguma autoridade que tenha representação" sobre "o que genericamente vem sendo apelidado de crise aérea". O parlamentar afirmou também que autorizou a viagem de deputados da CPI aos EUA para acompanharem a abertura da caixa-preta do avião da TAM.

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Segundo ele, "depois de dez meses não é possível que não tenha diagnóstico, não é possível que alguma coisa não tenha sido feita, e não é possível que alguém também não tenha dito se falta alguma coisa e o que falta para ser feito". Chinaglia deu entrevista no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, ao lado da governadora Yeda Crusius (PSDB) e do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), onde está sendo feito o velório de Redecker.

Chinaglia não quis nomear que autoridade deveria dar estas explicações. Mesmo sendo aliado do governo, disse que "se depender da minha opinião, na Câmara dos Deputados nós vamos pressionar para que as coisas fiquem claras do ponto de vista do sistema. Do ponto de vista do acidente, tem os procedimentos técnicos, que eu acho prudente aguardar". O parlamentar petista autorizou a viagem de deputados da CPI do Apagão Aéreo aos Estados Unidos para acompanharem a abertura da caixa-preta do avião da TAM.

"Não tenho informações de quais seriam as causas (do acidente). Isso eu deixo nas mãos dos especialistas. No caso da Câmara, temos uma CPI. Fui consultado se autorizaria a ida de um ou dois parlamentares, inclusive aos Estados Unidos, para acompanhar as investigações. Já deixei o aval, a autorização exatamente para que a Câmara possa desempenhar o seu papel, é claro que entendendo que os órgãos responsáveis são outros".

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O deputado não quis, porém, comentar também os gestos obscenos do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, mostrado ontem pela Rede Globo comemorando a notícia de que a causa da queda pode ter sido uma falha no reverso do aparelho. "Eu creio que não me cabe comentar atitudes de assessores do presidente. Isto quem tem que fazer é o próprio presidente", afirmou. Chinaglia não viu a reportagem.