O segundo ato contra a tarifa de R$ 3,50 em São Paulo também acabou em confronto entre a Polícia Militar e adeptos da tática Black Bloc. Após um primeiro conflito na Rua da Consolação, que resultou em um detido, uma confusão maior aconteceu na frente da Prefeitura. Pedras foram atiradas contra soldados, que revidaram com balas de borracha e bombas de gás e de efeito moral. Às 21 horas, havia informações de mais nove presos e pelo menos três agências bancárias depredadas.

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O clima de tensão já era notado antes mesmo da concentração na Avenida Paulista. Para evitar o “catracaço” – a entrada sem pagar -, grupos de policiais se postaram desde as 15 horas nas principais estações de metrô das regiões leste e central. O efetivo da Polícia Militar para acompanhar o ato também foi reforçado. Às 17 horas, os cerca de 500 manifestantes que enfrentavam a chuva na Praça do Ciclista já eram acompanhados por cerca de mil soldados.

A chuva atrapalhou a formação, que só começou a marchar rumo à Prefeitura às 18h30. Nesse momento, estavam reunidos 3 mil manifestantes. A polícia revistava pessoas com máscaras e apreendia objetos – “para evitar vandalismo” -, o que motivou críticas de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Líderes do Movimento Passe Livre (MPL) ainda voltaram a criticar a ação policial e a “criminalização” dos ativistas (veja ao lado). “Estamos agindo preventivamente, dentro da lei”, disse o tenente-coronel Marcos Vinicius Cesario, responsável pelo policiamento.

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Uma hora depois, quando se paralisava o trânsito na Rua da Consolação, houve o primeiro confronto. PMs cercaram e detiveram um black bloc. Houve reação dos manifestantes. Os agentes lançaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e cerca de 400 pessoas fugiram pela Rua Bela Cintra. Os militares ainda fecharam o cerco aos mascarados na esquina com a Rua Maria Antônia.

Como consequência, os black blocs se aglomeraram na frente da passeata e integrantes do MPL tentaram conversar com o grupo, argumentando que a briga era pela redução da tarifa. A tensão continuou. Rafael Lessa, da Defensoria Pública, ressaltou que a Polícia Militar “não está preparada para conter violência em protesto”.

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Ao contrário do que aconteceu na semana passada, quando o primeiro confronto resultou em uma série de depredações e na dispersão dos ativistas – com um saldo de 53 presos -, a maior parte dos participantes (2.500) seguiu marchando até a frente da Prefeitura.

Anhangabaú

Às 20 horas, para conter atos de vandalismo – em 2013, chegou a ocorrer uma tentativa de invasão do prédio em um ato do MPL -, unidades da Tropa de Choque já se posicionavam na frente da sede da Prefeitura. O local foi esvaziado e teve os portões fechados preventivamente.

Ônibus deixaram de circular pela região da Rua Xavier de Toledo, próximo da Prefeitura, criando fila nos pontos. O comércio no Anhangabaú fechou e o metrô acabou lotado por pessoas que fugiam da confusão.

Ao chegar ao local, às 20h30, integrantes do MPL projetaram na frente da Prefeitura a imagem de Fernando Haddad (PT), com os dizeres “Je suis Catraca”. Na sequência, mascarados começaram a jogar pedras contra o cerco de proteção. A reação foi imediata, com balas de borracha e gás.

Na confusão, houve uma fuga em três direções: Rua Líbero Badaró, Rua Xavier de Toledo e Largo de São Francisco. Mas um grupo de black blocs continuou a enfrentar a polícia com rojões, além de depredar bancas de jornal e bancos.