O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, criticou indiretamente na manhã desta sexta-feira, dia 1º, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pediu publicamente a sua demissão, após a crise de segurança no Estado, que atingiu a Rocinha – comunidade da zona sul da cidade.

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Do púlpito a menos de um metro do deputado, que estava na plateia, Sá, em evento na Câmara de Comércio Americana, apresentou seu currículo, citou resultados do seu trabalho e disse que “é muito fácil ouvir comentários de futebol quando um jogo acaba”. O seminário da Câmara de Comércio debate segurança pública do Rio de Janeiro.

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“Assumo a pasta com 35 anos de serviço, fui delegado de polícia, tenente-coronel da reserva. Tive oportunidade de trabalhar, nesse tempo, na área operacional e academia. Isso me deu possibilidade de falar olhos nos olhos, de cabeça erguida, peitos estufados, que conheço cada beco de favela, e é muito fácil ouvir comentários e falar do jogo de futebol quando ele acaba. Mas trabalhar nesse cenário, quando se assume com decreto de calamidade financeira, talvez não tenha sido uma boa escolha, mas ia me sentir a pessoa mais covarde da face da Terra se não aceitasse”, disse.

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Sá citou as operações contra roubo de cargas e criticou a falta de orçamento da pasta. “Sou gestor de uma massa falida, mas nós vamos nos recuperar”, afirmou. Antes de começar o desabafo, Sá elogiou Maia por seu empenho para aprovação do plano de recuperação fiscal do Rio.

Ao criticar o secretário, em setembro, Maia disse que “a crise da Rocinha está provando que (Roberto Sá) não tem mais condição de continuar no cargo”. “Assim como o ex-secretário José Mariano Beltrame, seu antigo chefe, ele gosta de transferir para terceiros a responsabilidade pelas crises”, disse o presidente da Câmara.

Após declarações de Sá reivindicando mudanças na legislação, Maia também havia dito que “o secretário de Segurança do Rio não pode ser tão irresponsável”, em sua rede social. “Nós vamos aprovar leis mais duras contra o crime sim, mas a convulsão social que vivemos no Rio não é culpa da legislação. Cadê o policiamento? A sociedade está abandonada, e a Polícia também. Os bandidos perderam o respeito pelas autoridades. O Rio precisa de gente séria, que fale a verdade para a população”, afirmou Maia, na ocasião.