São Paulo (AE) – Para o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, a série de atentados provocada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), foi ?uma reação previsível?. Segundo ele, a polícia já esperava uma resposta à transferência de 700 presos para a Penitenciária de Presidente Venceslau, a 635 quilômetros de São Paulo. ?Essa reação era previsível. Com base nisso, liberamos o uso de armas pesadas. A opção de vida do bandido é atacar a polícia sem razão nenhuma?, afirmou ontem.
Saulo também criticou o Código Penal e atribuiu parte da responsabilidade pela situação ao Congresso e ao governo federal que não se empenharam em aprovar mudanças na legislação. ?A lei está ultrapassada, é de 1940. São Paulo apresentou projeto de mudanças que ainda não foi analisado?, afirmou.
O governador Claudio Lembo (PFL) também apoiou a posição do secretário. ?Nós respeitamos os direitos humanos, não podemos negociar?, disse, durante anúncio das obras de revitalização das Marginais do Pinheiros e do Tietê. No evento, ele pediu aos presentes que fizessem um minuto de silêncio em homenagem aos policiais ?mortos covardemente pelo crime, pela má vida?.
O governador lembrou que estava preparado para participar de uma festa, que seria o início das obras. ?Mas estou amargo, passei uma noite de trabalho combatendo duramente a má vida. A cidade de São Paulo está deprimida, socialmente deprimida.? Lembo disse que São Paulo não se curvará à ?má vida? e que estará firmemente ao lado da legalidade e do Estado de direito, preservando os valores da cidadania. ?Estamos convictos de que estamos no caminho certo. Criminoso tem de ser recolhido aos presídios. E nos presídios terá de sofrer a pena que lhe foi imposta pela Justiça. Confesso que estou amargo, pois esses policiais foram mortos por traidores e covardes. Vejo o pobre bombeiro ao lado de sua viatura que ia sair para um resgate, ia para a defesa da vida das pessoas, ser morto sem gesto de defesa fragilmente.?