O secretário da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, afirmou nesta manhã, em entrevista coletiva, que o trabalho de perícia no presídio de Alcaçuz deve terminar às 18 horas deste domingo (15). “Possivelmente, após às 18 horas teremos o boletim com o número total de mortos. Até agora, trabalhamos com 10 vítimas entre os presos, mas esse número pode ser superior ou inferior”, explicou o secretário em entrevista coletiva.

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Segundo ele, o procedimento conhecido como “local de crime” está colhendo informações para investigação dos fatos, a identificação dos autores e a extensão dos danos. O secretário de Segurança e Defesa Social do Estado, Caio César Bezerra, acrescentou que não houve óbitos ou feridos entre os agentes penitenciários. Para identificação dos mortos, foi montado um contêiner para refrigerar os corpos e tornar o trabalho mais célere.

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Virgolino ainda disse que, após a identificação dos comandantes da rebelião, que até agora se estima em seis pessoas, os responsáveis devem ser transferidos para outras unidades prisionais, provavelmente dentro do próprio estado.

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Sobre as causas do conflito, Virgolino afirmou que ainda são desconhecidas e, que no momento, a secretaria trabalha com todas as hipóteses. No entanto, ele reconhece que há uma tentativa de uma facção nacional (PCC) de dominar todo o País enquanto os grupos criminosos regionais tentam impedir esse movimento. Por isso, segundo Virgolino, as ações realizadas no presídio durante o conflito tiveram o objetivo de impedir que a rebelião chegasse no pavilhão 1 da penitenciária, onde se concentram os presos do chamado “Sindicato do Crime”, uma facção estadual. “Houve estímulo dos conflitos ocorridos no Norte do País, mas as situações são diferentes”, acrescentou, sobre a relação entre as rebeliões no Amazonas e em Roraima com a do Estado.

Bezerra, secretário de Segurança, ainda disse que o trabalho foi bem-sucedido. “O trabalho de contenção com a utilização de gás e munição não letal para que a crise não evoluísse para o pavilhão 1 foi bem sucedido, evitando que a situação fosse agravada e possibilitando a retomada pacífica do presídio na manhã deste domingo”, disse. Até o momento, o Estado recuperou o controle de três pavilhões do presídio e está em processo de retomada nos outros dois pavilhões.

Segundo Virgolino, os presos teriam aproveitado o fim do horário de visita para iniciar a rebelião. Ele disse também que os criminosos cortaram a energia do local e o sinal de bloqueadores de celular durante o conflito.

Virgolino ainda reforçou que o Estado tem o controle da situação. Caso contrário, a rebelião em Alcaçuz teria se espalhado para outras unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Ele ainda disse que foram realizadas ações preventivas em conjunto com a Polícia Militar nos presídios para impedir rebeliões e que todas as penitenciárias do País estão em atenção nesses últimos dias, mas que “tudo pode acontecer”. Virgolino afirmou também que os presídios do Estado estão passando por reformas, mas que as obras ainda não foram realizadas em Alcaçuz.