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Fernanda Karina: "Todo mundo sabe |
Belo Horizonte – O advogado de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária da agência de publicidade mineira SMP&B, de propriedade de Marcos Valério de Souza (que ontem entrou com uma ação contra Roberto Jefferson no STF), disse ontem, ao sair da Polícia Federal de Belo Horizonte, que sua cliente negou vários pontos da entrevista publicada pela revista IstoÉ Dinheiro.
Segundo Leonardo Macedo Poli, Fernanda Karina negou que tivesse visto várias malas com dinheiro sair da SMP&B. Na entrevista, ela diz, com todas as letras: "Já vi saírem malas de dinheiro. Às vezes, mandavam tirar R$ 1 milhão, em dinheiro, no Banco Rural". Ela teria dito à IstoÉ Dinheiro que ela mesmo ajudou a contar dinheiro.
A edição 405 da revista IstoÉ Dinheiro, com a entrevista com Fernanda Karina, chegou às bancas terça-feira. A publicação, que normalmente circula às sextas e teve a distribuição antecipada, apresenta longa reportagem com Fernanda Karina, na qual ela diz conhecer detalhes do dia-a-dia do patrão que confirmariam as denúncias reveladas nas últimas semanas.
Karina, que está sendo processada por tentativa de extorsão e processa a empresa de Marcos Valério, afirma ter registrado tudo em uma agenda. Segundo ela, Marcos Valério, sócio das agências SMP&B e DNA, que têm as contas do Banco do Brasil e dos Correios, sacava dinheiro no Banco do Brasil e no Banco Rural e entregava aos políticos. Além disso, presenteava integrantes do governo e do PT com passagens aéreas e festas animadas por prostitutas: "Marcos Valério dá muitas festas para eles, muitos paparicos, muitos mimos. (Acompanhantes) também tinha nas festas. Era festa só para homem".
"O Banco Rural tem problemas com a CPI do Banestado. Quem estava sendo investigado era José Augusto Dumont, ex-presidente do banco, que morreu num acidente. Delúbio estava sempre com ele e com José Mentor (relator da CPI do Banestado)", disse Karina. Ela contou que a origem do dinheiro eram licitações forjadas para contas publicitárias do Banco do Brasil. "Todo mundo sabe que tem mutreta no fato de a empresa (SMP&B) ter um bom dinheiro do Banco do Brasil. É tudo negociata. Sei que eles passam dinheiro para o pessoal do governo. Quando você entra numa concorrência já sabe quem vai ganhar e quem não vai."
Segundo Karina, Dirceu falava com Marcos Valério. Ela disse que o publicitário fez a campanha de João Paulo para a presidência da Câmara. Disse também ter visto uma mala de dinheiro sendo enviada ao irmão de Adauto e que o esquema começou antes do governo Lula. "Houve um pagamento de R$ 150 mil para Pimenta da Veiga. A coisa não começou só agora, com o PT", disse à revista.
A Comissão de Sindicância da Corregedoria Geral da Câmara dos Deputados convocou para depor a secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio. "A secretária também está no rol de pessoas citadas no requerimento aprovado para que venha depor", afirmou o corregedor-geral da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI).
