Treze pessoas, entre eles seis policiais civis, foram presas hoje acusadas de integrar uma quadrilha que agia na carceragem da Polinter em Nova Friburgo (Região Serrana do Rio), informou a Secretaria de Segurança Pública. O grupo cobrava para permitir visitas aos presos e, mediante pagamento, também autorizava presos a saírem sem ordem judicial.
“Cada hora de visita (ao preso) custava R$ 10. Para que um preso não fosse transferido para uma carceragem distante de casa, o bando cobrava de R$ 1.600 a R$ 3.000”, conta o promotor Décio Gomes, que participou das investigações.
A quadrilha era investigada há dez meses, desde que um parente de um preso denunciou irregularidades. Por conta das investigações, a Justiça decretou a prisão preventiva de 16 pessoas – as três foragidas são policiais civis. Um dos presos é Renato Vieira, delegado chefe do Núcleo de Controle de Presos. A unidade da Polinter foi desativada há dois meses, entre outras razões, como consequência das irregularidades.
“Houve o caso de um preso que saiu da prisão em Friburgo e foi até um shopping de Niterói (Região Metropolitana do Rio) para negociar a abertura de uma franquia. Outro preso saiu, foi até o Leblon (zona sul do Rio) e assaltou uma pessoa na porta de um banco. As imagens de uma câmera permitiam reconhecê-lo, mas ele tinha o álibi de estar preso. Como a Polinter já era investigada, acabou sendo confirmado que se tratava da mesma pessoa”, disse Gomes.
A operação de hoje, chamada Faraó, foi promovida pela Corregedoria Geral Unificada em parceria com a Polícia Civil, a Secretaria de Segurança e o Ministério Público Estadual do Rio.