A seca mais severa da história, aliada ao consumo ainda elevado de água, deixou o Sistema Cantareira com déficit de 82,8 bilhões de litros nos últimos dois meses, quando começou a valer o plano de bônus lançado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). O volume perdido é suficiente para encher cerca de 33 mil piscinas olímpicas.
Os dados constam do último relatório do comitê anticrise que monitora o principal manancial paulista, responsável pelo abastecimento de água de 47% da Grande São Paulo. Ontem, o Cantareira tinha 131,6 bilhões de litros restantes do chamado “volume útil”, água represada acima do nível das comportas. O índice corresponde a 13,4% da capacidade.
O comitê, liderado por técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), estima que o volume do manancial deve zerar em meados de julho, conforme o Estado antecipou há duas semanas. Já a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) prevê o esgotamento do sistema no dia 21 de junho, no meio da Copa. A informação também foi revelada pelo Estado.
Diante da crise, a ANA e o DAEE liberaram para este mês de abril a captação das vazões mínimas das principais represas do Sistema Cantareira, formado por cinco reservatórios. Mesmo assim, tanto a Sabesp quanto as cidades da região de Campinas poderão retirar até 72 bilhões de litros do manancial neste mês.
Com o iminente esgotamento do “volume útil”, o comitê deu prazo de 15 dias para a Sabesp apresentar o plano de captação de água do chamado “volume morto”, que fica no fundo dos reservatórios, abaixo do nível das comportas.
Segundo a companhia, as obras necessárias para retirar até 196 bilhões de litros estarão concluídas entre maio e junho. A empresa informou que o volume é suficiente para quatro meses de abastecimento, que pode durar até outubro, início das chuvas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.