Levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que ao menos 1,5 milhão de pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid ainda não completaram o esquema vacinal com a segunda dose. Agora, a previsão da pasta é elaborar estratégias com estados e municípios para chegar até os possíveis não imunizados e garantir a proteção desse grupo. Os dados foram divulgados pela pasta nesta terça-feira (13).
Segundo a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fontana, a orientação é que mesmo aqueles que já passaram do prazo para receber a segunda dose ainda busquem a vacinação, sob risco de comprometer a proteção caso não o fizerem.
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“Fizemos uma análise para entender as pessoas que deveriam ter completado o esquema vacinal. Mesmo que vença o prazo, a orientação é que completem o esquema. Quem atrasou e não conseguiu ir com 28 dias [da segunda dose da Coronavac] ou 84 dias da AstraZeneca, deve comparecer [às salas de vacinação].”
Segundo ela, o balanço considerou essas datas para chegar ao número daqueles que ainda estão sem a segunda dose. “Fizemos um levantamento contando esses dias [do prazo para a segunda dose] e temos para completar a segunda dose 1,5 milhão de brasileiros que já deveriam ter completado. Esse é o total que estaria no tempo para a segunda dose; os outros ainda estão no prazo para chegar. Vamos emitir uma lista com números e discutir uma estratégia para buscar essas pessoas”, disse a coordenadora.
Reportagem publicada pela Folha apontou que ao menos 500 mil pessoas ainda não tinham recebido a segunda dose. O balanço considerou apenas os dados da Coronavac, chegando a uma taxa de abandono vacinal de 14% para esse imunizante. Além dessa vacina, o governo também oferta doses da AstraZeneca, que tem intervalo maior para aplicação.
A divulgação dos dados do ministério ocorreu em encontro do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com jornalistas.
Questionado sobre quando o Brasil poderia atingir a capacidade máxima de vacinação do PNI, prevista em 2,4 milhões de doses por dia, o ministro evitou dar metas. “Tenho um xará que é o Quiroga, um astrólogo, e sou médico. Com as doses que tenho aí, não temos condição de estabelecer prazos”, disse.
Ainda segundo o ministro, a pasta avalia estratégias para tentar acelerar a vacinação. Entre as medidas em análise, estão obter doses prontas de fornecedores com entrega ainda para o primeiro semestre ou buscar uma espécie de “troca” e antecipação de doses com outros países que estão mais adiantados na vacinação e fecharam contratos com fornecedores semelhantes.
O governo também avalia ampliar o atual contrato com a Pfizer, que hoje prevê oferta de 100 milhões de doses.