Brasília – O Programa Saúde da Família (PSF), do governo federal, deve cobrir o atendimento médico de 150 milhões de brasileiros até 2010. Foi o que anunciou nesta quinta-feira (28) o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante aula inaugural do Curso de Especialização em atenção Básica de Saúde da Família, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Atualmente, mais de 27 mil equipes do PSF atuam em 5,1 mil municípios. A intenção, segundo o ministro, é chegar a 40 mil equipes atendendo até 2010. ?Na prática significaria que todos os brasileiros que não dispõem de planos e convênios de saúde estariam cobertos pela estratégia?, afirmou Temporão.

De acordo com o ministro, em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pesquisas têm mostrado que quanto maior a cobertura do PSF, maior o impacto na redução da mortalidade infantil. Temporão disse que o desafio agora é chegar aos municípios com mais de 500 mil habitantes.

Além do aumento no número de profissionais, o ministro disse que a pretensão é integrar o programa a outras iniciativas e programas sociais.

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Um deles é o Telessaúde, programa iniciado no ano passado e cujo objetivo é permitir que pacientes de cidades mais afastadas possam ser consultados por especialistas sem precisar se deslocar. O objetivo é que 70% das equipes do PSF tenham acesso ao Telessaúde, que vai servir tanto para uma segunda opinião sobre um diagnóstico quanto para a formação continuada dos profissionais.

Outros objetivos do ministério, no âmbito do PSF, são: especializar 52 mil profissionais de nível superior e ampliar o número de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e de outras unidades, como as de atendimento pré-hospitalar 24 horas.

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Temporão também afirmou que o Saúde da Família servirá de base para a formação dos Territórios Integrados de Atenção da Saúde (Teias), previstos no programa Mais Saúde. Os agentes comunitários, todos vinculados a equipes do PSF, integrarão a base.

Também serão integradas as equipes de saúde bucal e os CEOs, do Programa Brasil Sorridente, os Centros de Atenção Psicossocial (CAP), unidades de apoio em diagnóstico e de vigilância epidemiológica, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), as farmácias populares e um hospital de referência no território.

O ministro afirma que haverá a integração das políticas de saúde com os pontos de cultura, com os projetos Territórios da Cidadania, Um Milhão de Cisternas, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e Saúde na Escola, com as políticas para a população quilombola e de saúde indígena, com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

?A nossa expectativa é que isso tenha um grande impacto ? e terá ? sobre a qualidade de vida nos municípios brasileiros?, afirmou.

De acordo com o ministro, para a implementação do Mais Saúde será necessária uma verba de R$ 24 bilhões, em quatro anos, sendo R$ 8 bilhões em 2008. Ele afirmou que a disponibilização desse dinheiro será discutida com os ministros da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil e se disse confiante, apesar do corte dos gastos depois do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).