Mortes provocadas por causas relacionadas à gestação ou ao parto passarão a ser de investigação compulsória. A medida, que deverá ser oficializada até novembro, tem como objetivo orientar as ações para combate ao problema, uma das principais preocupações de saúde pública no País. Em 2005, as mortes maternas representavam 3% do total de óbitos entre a população feminina em idade fértil. Naquele ano, 63,5 mil mulheres morreram, 1,6 mil delas por causas relacionadas a complicações da gestação ou parto. ?São todas evitáveis. Quanto maior a agilidade de informação, mais condições temos de desencadear medidas locais de prevenção?, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna.
O sistema de informações de mortalidade materna vai integrar o Centro de Investigação Epidemiológica do Ministério da Saúde. Ele ajudará a detectar aumento de número de casos ou cidades onde indicadores são preocupantes. Para esses locais, seriam enviadas equipes do Ministério da Saúde, formadas por agentes especializados em investigar doenças. ?Será uma ação em rede, combinada com gestores locais?, disse Penna sobre o novo sistema.
A informação do número de casos de morte materna é um problema histórico no País. A subnotificação de casos ainda é alta em várias regiões, sobretudo nos locais mais pobres e afastados. Ao mesmo tempo, locais onde hoje o sistema de informação foi aprimorado apresentam um aumento dos indicadores.
Em 2001, havia no País 495 Comitês de Mortalidade Materna, centros formados por profissionais de saúde e representantes da comunidade para investigar as causas de mortes das mulheres. Em 2005, esse número passou para 951.
O sistema de informação será essencial também para traçar metas de redução de mortes e, numa segunda etapa, verificar a eficácia das ações preventivas desencadeadas a partir dos compromissos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.