São Paulo tornou-se uma espécie de santuário natural para o qual migram mulheres de todo o País e até do exterior com problemas para engravidar, na busca das mais modernas clínicas de fertilização in vitro. Elas chegam, ficam em média oito dias e saem ?mães?. O tempo é suficiente para receberem altas doses de hormônio e estimularem a ovulação, retirarem os óvulos, fecundá-los e, depois, introduzirem pelo menos três no útero. Para uma única tentativa, deixam cerca de R$ 15 mil na capital, entre despesas médicas e de hospedagem. Deixam também histórias de sacrifícios em nome da maternidade. Muitas desfrutam da sensação de ter um embrião no útero por poucos dias e não conseguem segurar a gravidez.

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Segundo o diretor do escritório brasileiro da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Rede Lara), Assumpto Iaconelli, o Brasil tem cerca de cem clínicas de fertilização, quase a metade na Região Metropolitana de São Paulo, com algumas localizadas em cidades do interior do Estado. "Recebemos mulheres de outros países, principalmente africanas", afirma Iaconelli. São Paulo é atraente para estrangeiras por razões econômicas. Para um leigo, R$ 15 mil investidos em uma única tentativa pode parecer caro, mas em países como os Estados Unidos custa o triplo. "Tudo é feito de forma que a mulher fique o menor tempo possível na cidade", explica o especialista.

Roger Abdelmassih é um desses profissionais da fertilização que mais atraem candidatas à maternidade. Segundo ele, entre 60% e 65% das pacientes que atende por mês são de fora da cidade de São Paulo. Abdelmassih faz 150 fertilizações (ou ?ciclos?, como ele fala) por mês. "Não precisa ficar mais do que um dia após a fertilização. Pode pegar avião, tudo", diz. Maternidade é estatística para esses profissionais. Em pelo menos metade dos casos, a fertilização pode não dar certo, se feita em São Paulo ou no Chuí. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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