Foto: Antônio Cruz/ABr |
Ricardo Izar: 67 beneficiados. |
Brasília (AE) – Os parlamentares envolvidos no escândalo da máfia das ambulâncias que tiveram sua cassação pedida pela CPMI dos Sanguessugas deverão sair ilesos do escândalo. Assim como no Senado, que inocentou os três senadores supostamente integrantes do esquema, o Conselho de Ética da Câmara também deverá promover uma ?pizza? sem que a maioria dos 67 deputados que são alvo de processo por falta de decoro parlamentar sejam sequer julgados. ?A CPMI foi muito afoita e mandou para o conselho vários casos sem analisá-los. Houve muita correria porque era véspera de eleição?, critica o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP). ?O Conselho de Ética não é um tribunal de exceção?, completa.
A idéia é arquivar os casos dos deputados que não forem julgados até o fim deste ano e não foram reeleitos. O arquivamento beneficiará os processados que manterão seus direitos políticos, podendo candidatar-se nas eleições municipais de 2008 e gerais de 2010. Dos 67 acusados, apenas cinco conseguiram voltar à Câmara: Pedro Henry (PP-MT), Wellington Fagundes (PL-MT), Wellington Roberto (PL-PB), Marcondes Gadelha (PSB-PB) e João Magalhães (PMDB-MG). Segundo Izar, o conselho vai conseguir julgar, no máximo, dez casos até 22 de dezembro, quando começa o recesso parlamentar. ?Nenhum dos processos vai para o plenário este ano. Tudo fica para a próxima legislatura, que começa no dia 1.º de fevereiro. E na próxima legislatura serão reabertos apenas os casos dos que foram reeleitos?, explica o presidente do conselho.
Na semana que vem, Izar pretende reunir-se com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, para estudar se é o caso de enviar ao Ministério Público os processos contra os deputados que não foram reeleitos. ?Por desencargo de consciência e para não haver injustiças vou enviar os processos para o Ministério Público com as oitivas que fizemos no conselho?, diz Izar.
Relatório
No dia 10 de agosto, a CPMI dos Sanguessugas aprovou relatório parcial com os nomes de 69 deputados e três senadores apontados de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Dos 69 deputados, dois renunciaram ao mandato: os peemedebistas Coriolano Sales (BA) e Marcelino Fraga (ES). Os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT) foram absolvidos pelo Conselho de Ética na terça-feira passada.