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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Ricardo Izar, do conselho de ética, publica hoje os editais.

 Depois de tentar por três vezes notificar pessoalmente deputados acusados de suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias, o Conselho de Ética da Câmara vai publicar amanhã editais de notificação. Ontem, funcionários do colegiado conseguiram entregar o documento para sete acusados, pessoalmente, ou por intermédio de seus assessores, subindo para 51 o número de notificados. Mesmo assim, 16 fujões serão avisados formalmente do processo pelo Diário da Câmara, Diário Oficial da União e por jornais de circulação nacional.

O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), vai encaminhar hoje os editais para publicação. Com isso, começará a contagem do prazo de cinco sessões do plenário para a apresentação da defesa. Para atrasar o processo, alguns deputados fogem da notificação, o que levou a Câmara a adotar o critério de publicar o edital depois de três tentativas, uma delas com hora marcada.

As primeiras notificações foram feitas no dia 29 de agosto. Com o recesso branco, no entanto, foram realizadas apenas duas sessões ordinárias que serviram para contar prazos para os primeiros 20 notificados. A CPMI dos Sanguessugas pediu a cassação de 69 deputados, mas dois renunciaram aos seus mandatos para fugir do processo.

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Ontem, foram notificados os deputados José Divino (sem partido-RJ), João Grandão (PT-MS), Ildeu Araújo (PP-SP), Isaías Silvestre (PSB-MG), Júnior Betão (PL-AC), Maurício Rabelo (PL-TO) e Neuton Lima (PTB-SP). Os deputados que não foram notificados são: Almeida de Jesus (PL-CE), Carlos Nader (PL-RJ), Edna Macedo (PTB-SP), Elaine Costa (PTB-RJ), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Fernando Gonçalves (PTB-RJ), Heleno Silva (PL-SE), Irapuã Teixeira (PP-SP), Íris Simões (PTB-PR), João Batista (PP-SP), João Caldas (PL-AL), Marcos Abramo (PP-SP), Nilton Capixaba (PTB-RO), Raimundo Santos (PL-PA), Reginaldo Germano (PP-BA), e Ricardo Rique (PL-PB).

Suassuna

A 18 dias das eleições, o Conselho de Ética toma amanhã o depoimento do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado pela CPMI dos Sanguessugas de integrar a máfia das ambulâncias. O relator do caso no Conselho, senador Jefferson Péres (PDT-AM), afirmou ontem que entrega o seu parecer na semana que vem. ?Vou tentar que o Conselho se reúna e vote logo o parecer. Mas acho difícil que, às vésperas das eleições, haja quórum para votar o parecer na próxima semana?, disse Péres.

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MP Eleitoral quer corruptos fora das eleições

Brasília (AE) – Se depender do Ministério Público Eleitoral, os parlamentares acusados de envolvimento com o esquema sanguessuga ficarão de fora da eleição deste ano. Em pareceres enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vice-procurador-geral eleitoral em exercício, Roberto Gurgel, disse que os deputados federais Paulo Baltazar (PSDB) e Reinaldo Gripp (PL), suspeitos de envolvimento no esquema, têm perfil incompatível com o exercício de mandatos eletivos. A posição do MP fornece mais instrumentos jurídicos para impedir a candidatura de políticos suspeitos.

Nesta semana, o TSE poderá julgar recursos dos dois parlamentares para tentar derrubar decisões do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, que rejeitaram os pedidos de registro de suas candidaturas. O TRE concluiu que a vida pregressa dos candidatos não é ilibada, o que violaria a probidade administrativa e a moralidade.

A expectativa é que o TSE permitirá a candidatura de Baltazar, Gripp e outros congressistas excluídos da eleição por suspeitas de envolvimento com o esquema sanguessuga.