Sanguessugas da CPMI podem ser cassados

Três partidos políticos – PPS, PV e PSol -pretendem entrar na próxima semana, provavelmente na quarta-feira, com representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pedindo a cassação dos mandatos dos deputados Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL).

Os dois são acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias, que desviava recursos do Orçamento para compra superfaturada dos veículos para prefeituras. O esquema que envolve, pelo menos, 60 parlamentares está sendo investigado pela CPMI dos Sanguessugas.

Quarta-feira, depois dos depoimentos do delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e do procurador da República em Mato Grosso Mário Lúcio Avelar, os integrantes da CPMI aprovaram, por unanimidade, requerimento sugerindo o afastamento de Caldas e Capixaba de Mesa Diretora da Câmara. Caldas ocupa o cargo de quarto-secretário e Capixaba a segunda secretaria.

Os dois recusaram-se, no entanto, a deixar os postos. Segundo integrantes da CPMI, Capixaba e João Caldas fazem parte da lista de 15 parlamentares que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a abertura de inquérito para investigar a participação no esquema dos sanguessugas. ?Vamos apresentar ao Conselho de Ética proposta para abertura de processo contra os dois?, disse ontem o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). ?Tanto o delegado Tardelli quanto o procurador Avelar foram contundentes em relação ao envolvimento de Capixaba e João Caldas e, por isso, o PPS já decidiu entrar no Conselho de Ética contra os dois?, afirmou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que é vice-presidente da CPMI dos Sanguessugas.

A CPMI dos Sanguessugas já notificou os 15 parlamentares alvo de inquérito aberto pelo Supremo, a pedido da Procuradoria Geral da República. Segundo a secretaria da CPMI, dois dos 15 parlamentares recusaram-se a receber a notificação enviada pelo presidente da Comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).

Na segunda-feira que vem, um grupo de 7 do total de 36 integrantes da CPI dos Sanguessugas vai a Cuiabá (MT) para ouvir o depoimento de Maria da Penha Lino. Ela é apontada como o braço da quadrilha, que superfaturava o preço das ambulâncias, no Ministério da Saúde. No dia seguinte, os integrantes da comissão de inquérito vão ouvir o depoimento dos empresários Darci Vedoin dono da Planam, e de seu filho Luiz Antônio Trevisan Vedoin. ?Podemos voltar de Cuiabá já com o relatório pronto da CPI, debaixo do braço?, afirmou Gabeira. 

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