São Paulo deverá ter cinco ambulâncias exclusivas para atender dependentes químicos, em até 30 dias. As viaturas poderão ser usadas, por exemplo, para socorrer um usuário de droga que esteja tendo um surto na rua ou transportar um paciente que precisa de internação.

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Os novos veículos vão se juntar às 140 ambulâncias já operadas na capital pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Os custos do projeto serão divididos por Estado e Prefeitura, que assinaram ontem um termo de cooperação para combater o crack.

A falta de ambulâncias para atender usuários de drogas é uma das reclamações feitas por familiares de dependentes químicos que procuram o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no Bom Retiro, centro, desde janeiro, quando um plantão judiciário passou a funcionar ali.

O acordo entre Estado e Prefeitura prevê ainda o aumento no número de equipes da Prefeitura que trabalham na rua para tentar levar usuários de drogas para o tratamento voluntariamente. Hoje, a cidade tem oito equipes com médicos e agentes comunitários. Até o fim de maio, serão mais oito grupos.

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Outra medida deverá ajudar a diminuir a procura pelo Cratod, que explodiu a partir de janeiro. Até o fim do ano, a Prefeitura pretende fazer com que dez Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (Caps-AD) funcionem 24 horas.

Muitas pessoas que tentavam a internação no Cratod eram orientadas a procurar o Caps antes. Espalhados pela cidade, eles devem ser a porta de entrada para o sistema de tratamento. O serviço poderá ser procurado pelos familiares do dependente químico. O número de Caps-AD 24 horas deve aumentar para 30 no ano que vem.

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Polêmica. Ao apresentar o termo de cooperação, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que, desde janeiro, foram feitas 658 internações a partir do Cratod. Apenas 10% delas foram involuntárias, concedidas a pedido de familiares. Segundo o governo, não houve internações compulsórias, ou seja, determinadas pela Justiça.

O plantão judiciário foi montado no Cratod justamente para acelerar esses casos. O secretário municipal de Saúde, José Fillipi, afirmou que é contra esse tipo de intervenção. “A internação compulsória é ineficaz, não vamos adotá-la. O que nós percebemos nesses dois meses é que foi desnecessária.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.