O presidente Michel Temer decidiu incluir a “salvação” do Estado do Rio de Janeiro no rol de prioridades de seu governo passada a votação da denúncia por corrupção passiva na Câmara prevista para a próxima quarta-feira, . A ideia é ampliar as ações no Estado no sentido de amenizar a crise econômica que vive e o aumento da criminalidade.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, em junho deste ano, o último dado disponível, foram registradas 389 vítimas de homicídio doloso no Estado. Esse número indica um aumento de 16 vítimas em relação ao mesmo mês do ano passado, ou 4,2%. Já a necessidade de socorro financeiro ao Estado é da ordem de R$ 23 bilhões.
“A situação de segurança do Rio ficou agravada por conta do colapso financeiro. Houve um esforço do presidente para que se pudesse encontrar uma solução”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB). A estratégia teve início na semana passada após idas e vindas das autoridades em Brasília.
Como resultado, além de assinar o Decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para que as Forças Armadas ocupem a cidade na sexta-feira passada, Temer também assinou o decreto do regime de recuperação fiscal do Rio. Na terça-feira, abriu o Palácio do Planalto a sambistas e pediu que o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, faça uma engenharia para garantir os R$ 13 milhões que as escolas pedem para realizar o carnaval do ano que vem.
O governo pretende que as medidas sejam o ponto de partida de um pacote de ações para o Estado que permitam ao presidente chegar ao final do seu governo tendo o Estado como um caso de sucesso e não encerrar o mandato apenas como um presidente com legado estritamente legislativo.
Temer costuma propagandear a alta taxa de aprovação de projetos em sua gestão, em especial as reformas trabalhista e fiscal, assim considerada a aprovação de uma emenda constitucional em 2016 que estabeleceu um teto fiscal. A despeito de a reforma da Previdência ainda ser uma prioridade para a reta final de seu governo, interlocutores do presidente afirmam que falta ao seu governo algo com viés de gestor. Nesse sentido, a situação atual do Rio cairia perfeitamente. Além de ser considerada por seus assessores a “porta de entrada” do Brasil, o Estado é o segundo maior colégio eleitoral do País, com 12,2 milhões de eleitores, o que representa 8,4% do eleitorado.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que descartou que haja componente político nas decisões do presidente, disse que as necessidades do Estado são evidentes. “O Rio estava perto de uma convulsão social”, afirmou, destacando que as decisões do governo federal para o Estado “são fundamentais”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.