O comandante da aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, voltou a assegurar, na CPI do Apagão Aéreo do Senado, que o sistema de controle do tráfego aéreo é absolutamente seguro e que os controladores ao criticarem o seu funcionamento estão usando isso em suas defesas pessoais. Ao rebater declarações dos controladores de vôo, que alegavam problemas nos equipamentos, Saito disse que eles "tinham todas as informações" para evitar o acidente e que eventuais problemas não comprometem o sistema de trafego aéreo.
Em seguida, começou a responder perguntas do senador Demóstenes Torres, relator da CPI, informando que não há problema de equipamentos. "Garanto que o nosso sistema é seguro e atende às nossas necessidades", disse Saito, acrescentando que "considera as afirmações como defesa" e que "ele tinha todas as informações para proceder". O brigadeiro afirmou ainda que não acredita que o Brasil possa ser rebaixado pela OACI na sua segurança do tráfego aéreo, "porque o conceito que as organizações internacionais têm do nosso sistema é o mais alto possível".
Sobre a existência de pontos cegos, o comandante Saito declarou que "a afirmação é maldosa". Segundo ele "não existe (buraco negro)". E acentuou: "o problema é que o Legacy não poderia estar a 37 mil pés (de altitude)". Para o comandante, de acordo com as informações obtidas até agora nas investigações, "não houve falha de equipamentos", como dizem os controladores.
O comandante Saito informou ainda que o importante na navegação aérea é o controle via equipamento de comunicações por rádio. Ele lembrou que até pouco tempo não havia radar na Amazônia. Indagado pelo senador Demóstenes Torres se existiam algumas falhas de sistema, como dizem os controladores, respondeu: "existem algumas falhas pontuais, mas nada que impeça ou comprometa a segurança de navegação". E insistiu: "eu não sei o que aconteceu naquele dia do acidente, mas posso dizer que até agora não temos informação de que houve falha de comunicação".
Diante da insistência do senador de que controladores dizem que a culpa do acidente foi dos equipamentos, Saito reiterou: "pelos dados que nós temos até hoje, não houve falha de equipamento e a navegação é segura". O comandante disse ainda que tem certeza de que os sargentos que se amotinaram em 30 de março serão punidos.