Para profissionais da Santa Casa e representantes de associações e sindicatos – que já reivindicavam a renúncia do provedor Kalil Rocha Abdalla -, o ato representa a retomada da credibilidade da instituição. No último dia 1º, eles fizeram um protesto em que exigiam a saída do então provedor. Também pediam mudanças administrativas e o pagamento dos salários de 500 médicos, atrasados desde novembro, e do 13º salário de todos os funcionários.

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“Hoje, a Santa Casa tem uma dívida milionária e as condições de trabalho não são as melhores. A eleição de um novo provedor e uma nova mesa certamente vai facilitar as transformações”, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti. Ele defende uma reforma administrativa para garantir mais transparência e condições para que a Santa Casa saia da grave crise financeira. “Agora temos novas perspectivas.”

Segundo Gatti, apesar da renúncia, os médicos vão fazer um ato no dia 23 para pedir a quitação de dívidas trabalhistas, eleições para a mesa administrativa e a criação de um Plano de Cargos e Salários.

O presidente da Associação Médica da Santa Casa, Igor Polonio, disse que os funcionários da instituição querem reformas mais amplas, que atinjam não apenas a provedoria.

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“Nós, funcionários, não sabemos como serão feitas as eleições, mas esperamos que sejam convocadas eleições para uma nova mesa e um novo provedor, além de mudanças na mesa.”

Futuro

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De acordo com Polonio, os médicos ainda desejam, na futura gestão, acompanhar as decisões referentes à Santa Casa. “Esperamos que mude o modelo de governança da instituição. Hoje, quem toma todas as decisões é uma mesa administrativa e um provedor, que se reúnem uma vez por mês. A gente gostaria de acompanhar o conselho de gestão.”

O presidente da associação de médicos também acredita que a nova provedoria pode melhorar a imagem da Santa Casa. “A renúncia do Kalil sempre foi a pauta. Precisa ter uma troca da provedoria, sim, porque precisamos ter de volta a credibilidade da Santa Casa.”

Um médico que preferiu não se identificar disse que a renúncia era uma “conquista”, mas que a instituição precisa passar por transformações. “É um passo para resolver os problemas. Também é fundamental a revisão do estatuto. É preciso ter uma gestão moderna e transparente. Todos esses requisitos são fundamentais para que as pessoas que trabalham na Santa Casa conquistem uma coisa que perderam: o respeito. São os quesitos pelos quais estamos lutando insistentemente há quatro meses”, declarou.

O jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde, para comentar a renúncia, mas a pasta não quis se posicionar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.