Uma semana depois de a equipe de transição do PT ter recebido a pauta mínima de reivindicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os produtores rurais também resolveram se manifestar. Eles encaminharam hoje ao coordenador da equipe, Antônio Pallocci, um documento no qual questionam, entre outras, a posição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, com relação às invasões de terras e as ameaças feitas por líderes do MST.
O documento é assinado pelo presidente do Sindicato Nacional dos Produtores Rurais (Sinapro), Narciso Rocha Clara. Foram enviadas cópias ao presidente Fernando Henrique Cardoso, aos presidentes da Câmara e Senado e a quatro ministros.
O sindicato pede, ainda, informações sobre o total de recursos destinados ao setor agropecuário e a respeito dos impostos cobrados do setor. Os produtores apresentam as seguintes reivindicações: revisão de alíquotas de impostos federais e estaduais sobre produtos agrícolas, equalização das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e concessão de subsídios que favoreçam a competitividade dos produtos brasileiros na Europa.
Os ruralistas também solicitam informações à equipe de transição do PT sobre um projeto de iniciativa de parlamentares do partido que limita a extensão de propriedades rurais. Eles alegam que a proposta “constitui uma flagrante insconstitucionalidade, porque fere o direito de propriedade”.
No final do documento, a categoria sugere à equipe de Lula que, durante a renegociação da dívida externa, lembre-se de que “a moeda mais forte desde os primórdios da humanidade, sempre foi e será a alimentícia e que a produção de alimentos seria capaz de pagar a dívida externa”.