São Paulo (AG) – O terceiro-vice-presidente do PT, Valter Pomar, que concorre à presidência petista nas eleições do dia 18 de setembro pela Articulação de Esquerda (AE), disse que este não é o momento de se falar em deixar o partido. Ele vê a eleição petista em dois turnos, com chances para as esquerdas petistas, que devem se unir para vencer o candidato do Campo Majoritário e que possivelmente será Tarso Genro.
?Vamos nos unir no segundo turno, possivelmente. Se nos anteciparmos, corremos o risco de perder no primeiro. Agora temos de impedir o apocalipse no PT. Houve uma ruptura grave no Campo Majoritário, que é a ruptura entre Lula e José Dirceu, e agora nós vamos ganhar o PT?, animou-se Pomar.
Plínio de Arruda Sampaio, também candidato a presidente do PT por outra corrente de esquerda, a Ação Popular Socialista (APS), não descarta a possibilidade de sair do partido caso a esquerda saia derrotada mais uma vez da disputa interna.
?O PT é um processo não só de 25 anos, mas de 500 anos. Mas não tem nada sagrado. Se for preciso eu vou procurar caminhos novos. Mas agora eu quero esgotar essa possibilidade, que é disputar as eleições. Não dá para pensar em caminhos novos e em disputar eleições ao mesmo tempo. O PT precisa voltar a ser o PT?, disse Plínio, um dos fundadores do partido, para quem o PT precisa se voltar aos núcleos de base e deixar as esferas burocráticas.
Um dos líderes da Democracia Socialista (DS), outra corrente da esquerda petista, Joaquim Soriano, considerou precipitados os parlamentares que pensam em abandonar o partido. Sua tendência tem como candidato a presidente o deputado estadual Raul Pont (PT-RS).
?Nós vamos disputar o PT. Se não formos maioria, nós vamos crescer. A política da atual maioria (Campo Majoritário) faliu?, afirmou Soriano, que completa:
?A chapa do campo tem um problema de origem: dela fazem parte Delúbio Soares, Sílvio Pereira, José Nobre Guimarães (irmão de José Genoino) e outros.
Desde dezembro de 2003 a bancada petista não é recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início de junho, quando estourou a crise, o presidente agendou um encontro, mas cancelou. Foram 14 encontros com Roberto Jefferson e dois encontros com a bancada durante o governo, diz o deputado Chico Alencar.