Dois símbolos da noite paulistana, além de animados e agitados, também têm atraído marginais. Mapeamento feito pela equipe do 4º Distrito Policial (Consolação), responsável pelo policiamento das partes nobres dos bairros Jardins, Cerqueira César, Bela Vista e centro, mostra que as Ruas da Consolação e Augusta lideram as estatísticas de roubos e furtos locais. De um lado, estão meninos de rua que por causa das drogas perdem o medo de assaltar. Do outro, jovens do sexo feminino, que acabam vítimas, em especial na saída dos bares até os carros.
“Assumi a delegacia na semana passada e a primeira ação foi fazer um diagnóstico da criminalidade na região”, afirma o delegado titular do DP, João Gilberto Pacífico. “Com os dados em mãos, vou mandar um ofício à Polícia Militar para reforçar a ronda nos locais mais vulneráveis. Além disso, estamos elaborando blitze nos endereços que mais apresentaram problemas, num trabalho de tentar aproximar a comunidade da delegacia. Precisamos de mais notificações para poder agir melhor.” O levantamento foi feito com dados de janeiro a maio deste ano.
Embora ganhem destaque no levantamento feito pelo Distrito Policial, Consolação e Augusta não são exclusivas entre as vias que sofrem com os furtos. O crime está em ascensão em toda capital, conforme os últimos dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Na comparação entre o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2008, foram 6.043 furtos a mais registrados, um aumento de 17,6% (saiu de 34.219 registros para 40.262, uma média de 400 crimes por dia só na cidade).
Uma publicação do Núcleo de Estudos da Violência da USP, divulgada em 2008, traçou panorama sobre a criminalidade da cidade e trouxe informações que podem agregar explicações sobre o aumento de objetos furtados. No capítulo sobre o assunto, assinado por Túlio Kahn, coordenador de Planejamento da Secretaria da Segurança Pública, foi explicado que esse tipo de crime tem relação com o aumento do uso de aparelhos portáteis.