O prejuízo que o Museu Emílio Goeldi, em Belém, teve com o furto de 40 obras raras de sua biblioteca pode alcançar R$ 2 milhões. Apenas dez desses livros, fartamente ilustrados, valem hoje no mercado de antiguidades cerca de 200 mil euros, segundo estimativa da Polícia Federal. A biblioteca está fechada ao público e aos pesquisadores desde terça-feira (23) pela polícia, que começou a fazer a perícia na sala onde estavam os livros dos séculos 17, 18 e 19.
A delegada Rúbia Gama Pinheiro, responsável pelo inquérito, começou a ouvir servidores e seguranças do museu para buscar informações sobre possíveis autores do furto. Ela disse que não se sabe ainda quando as obras foram roubadas, já que museu não controlava a sala onde elas estavam guardadas. Muitas gravuras foram arrancadas, provavelmente com estilete, de outras obras da biblioteca por causa da fragilidade do controle. O sumiço das obras foi notado no dia 17.
“A segurança era precária”, disse a delegada. A Interpol já foi acionada e deverá colaborar com as investigações. Uma lista de pessoas inscritas para consultar as obras da biblioteca já está em poder da PF e todas serão chamadas para depor. A diretora do museu, Ima Vieira, anunciou que o sistema de vigilância será reforçado. O projeto estava pronto e, segundo sua assessoria, pessoas que sabiam do novo sistema podem ter se antecipado para retirar do local as obras previamente escolhidas.