Rompido com Lula, PDT se divide e entra em crise

Brasília – A decisão do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, de forçar a saída dos pedetistas dos cargos ocupados no governo federal evidenciou o racha no partido. Dos 12 filiados que estavam no governo, seis obedeceram à orientação de deixar seus postos até sexta-feira, mas os outros seis ficaram. E nem mesmo a opção pelo PDT é sinônimo de concordância com a linha de confronto a Lula, adotada por Brizola.

O ex-deputado e presidente do PDT no Pará, Giovane Queiroz, que até anteontem era o superintendente da Funasa no estado, avisa que ficou para lutar contra a postura de oposição ao governo do PT. “Saí porque sou obediente ao partido, mas continuo solidário ao governo e na certeza de que está no rumo certo. Essa posição do partido é precipitada e desrespeita o desejo dos parlamentares da bancada”, afirmou.

A primeira e mais importante baixa do PDT foi a saída de Miro Teixeira, hoje líder do governo na Câmara. Também já enviaram cartas se desfiliando Nelton Miguel Friedrich (diretor de coordenação da Itaipu Binacional), Marcos Musafir (superintendente da Funasa no Rio), Dervina Turossi (diretoria dos Correios em Santa Catarina) e Cipriano Braz Filho (diretoria dos Correios no Rio).

Outro líder do partido, filiado há 23 anos, Vivaldo Barbosa – diretor da Petroquímica do Rio (PetroRio) – tomou a decisão mais radical: ficar no cargo e no PDT, desobedecendo à orientação do diretório nacional e arcando com as conseqüências de um processo no conselho de ética. “Como um trabalhista, um nacionalista, pode deixar de trabalhar na Petrobras?”, disse.

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