Rombo no Rio respinga na governadora Rosinha

Mal assumiu o governo do Rio, Rosinha Garotinho (PSB) está com um grande problema: corrupção de assessores que trabalharam no governo de seu marido, Anthony Garotinho (PSB), e que lesaram os cofres públicos, mandando dinheiro para a Suiça.

As denúncias estão sendo divulgadas pela revista Isto É. Em novembro do ano passado, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, recebeu de seu equivalente na Suiça, Brent Holtkmam, um dossiê traduzido para o português pela embaixada brasileira em Berna, que mostra uma escandalosa estrutura de corrupção montada na Secretaria Estadual da Fazenda, no Rio de Janeiro, com a conivência de auditores da Receita Federal, no estado.

Quatro funcionários do alto escalão do Fisco fluminense mandaram US$ 30,2 milhões para a Suíça. Outros US$ 3,2 milhões foram enviados por quatro auditores da Receita Federal, no Rio. Os US$ 33,4 milhões remetidos pela turma de fiscais correspondem a R$ 110,4 milhões. O dinheiro saiu do Brasil por intermédio do Discount Bank and Trust Company, um banco suíço com sede em Genebra. No Brasil, tem apenas um escritório, no centro do Rio. No mesmo local, funciona a empresa Coplac Consultoria e Promoções, de propriedade do representante do banco no Brasil, Herry Rosemberg. O dinheiro chegava à Suíça por intermédio de doleiros ou depósitos feitos diretamente no exterior. Entre os envolvidos no escândalo está Rodrigo Silveirinha Corrêa, antigo colaborador do ex-governador Anthony Garotinho e assessor econômico da campanha de Rosinha. Segunda-feira, ele chegou a ser empossado na presidência da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (Codin), mas foi afastado do cargo apenas quatro dias depois.

Encarregado pela governadora de estudar a reestruturação da malha de arrecadação do estado, Silveirinha remeteu ilegalmente US$ 8,9 milhões. A maior parte do dinheiro foi parar em uma conta suíça enquanto ele ocupava o cargo-chave de subsecretário de Administração Tributária do governo Garotinho, entre 1999 e 2000.

Um ex-subordinado de Silveirinha, o fiscal de rendas Carlos Eduardo Pereira Ramos, enviou ainda mais: US$ 18 milhões. As demais remessas ilícitas da equipe do Fisco estadual foram feitas pelo ex-chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Fazenda, Lúcio Manoel dos Santos Picanço (US$ 1,2 milhão), e pelo fiscal Rômulo Gonçalves (US$ 2,1 milhões). O esquema envolve também os auditores da Receita Federal Sérgio Jacome de Lucena (US$ 320 mil), Axel Ripoll Hamer (US$ 680 mil), Hélio Lucena Ramos da Silva (US$ 450 mil) e Amauri Franklin Nogueira Filho (US$ 1,8 milhão). Todos trabalham no setor fazendário do Rio e já estão sob investigação da Receita Federal e do Banco Central. O caso está sob o comando do Ministério Público e da Polícia Federal.

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