Roberto Jefferson diz que mensalão voltou

Foto: Agência Brasil

Jefferson: PR é suspeito.

Brasília – O presidente do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), afirmou ontem que o inchaço do PR (ex-PL), com a adesão de deputados, e a apreensão pela polícia de cerca de R$ 80.000,00 com o assessor do deputado Aracely de Paula (PR-MG), ainda sem explicação da origem do dinheiro, têm semelhanças com o escândalo do mensalão.

?Está todo mundo na picada do mensalão. Esse prefácio eu já li?, afirmou Jefferson, que foi cassado em 2005, depois de denunciar o esquema de pagamento a deputados pelo governo em troca de apoio político na Câmara, esquema que ficou conhecido como ?mensalão?.

?Onde há fumaça, há fogo. O partido é o PL do passado. Eu estranho que um partido sem nenhuma tradição histórica, que parte de 22 deputados, chegue a 50 em um mês. E a figura que está atraindo gente é o Valdemar. É o tal de Valdemar!?, exclamou Jefferson, referindo-se ao ex-presidente do PL deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP), que renunciou ao mandato em 2005 para fugir do processo de cassação, denunciado por envolvimento no mensalão.

Jefferson considerou ?legítima? a decisão do PSOL de pedir a abertura de processo de cassação de Costa Neto e do deputado Paulo Rocha (PT-PA), que também renunciou ao mandato em 2005 para fugir do processo de cassação, depois que foi acusado de ter sido um dos beneficiários do mensalão.

O presidente do PTB foi figura central na grande crise política da segunda metade do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao acusar em 2005 a existência de um esquema de pagamento de propinas para deputados da base aliada, para que votassem projetos de interesse do Palácio do Planalto. A crise acabou levando Jefferson a perder seu mandato, mas também provocou a queda do então ministro José Dirceu que ao voltar à Câmara Federal, também teve seu mandato político cassado.

A crise arrastou ainda políticos expressivos no PT, como o ex-presidente do partido, José Genoino, o tesoureiro do partido, Delubio Soares, além do secretário-geral, Silvio Pereira. Além do PT, também foram atingidos pelo escândalo partidos da base aliada, como o PP e o PL. 

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