Rio+20 separa meio ambiente do desenvolvimento, denuncia ONG

A Cúpula da Terra, conhecida também como ECO-92, realizada em 1992, aliou meio ambiente e desenvolvimento, mas a Rio+20 pode distanciá-los, advertiu nesta segunda-feira a ONG Oxfam, que atua no combate à pobreza no mundo.

“A Rio+20 será um fracasso caso as propostas atuais sejam aceitas, o que pode aprofundar ainda mais a divisão entre os esforços ambientais e os de desenvolvimento”, afirmou a Oxfam em comunicado.

A elaboração de uma política de desenvolvimento sustentável é um dos eixos da Rio+20, cujo encontro de chefes de Estado e de Governo será realizado de quarta-feira a sexta-feira desta semana.

O desenvolvimento sustentável e a economia verde estão no centro das negociações do documento final que as delegações de 180 países esperam terminar a tempo para submetê-lo a aprovação dos líderes mundiais.

Segundo a Oxfam, a ONU já começou as deliberações para elaborar uma política para o desenvolvimento sustentável a partir de 2015, último ano dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e na Rio+20 devem ser estabelecidas novas metas.

“Seguimos de perto as negociações dentro da ONU e nos governos e vimos que não há entre eles clareza sobre onde se quer chegar com estas propostas”, disse à Agência Efe o porta-voz da Oxfam na Rio+20, Antonio Hill.

Segundo Hill, a política para o desenvolvimento sustentável que se debate na Rio+20 está centrada no meio ambiente, o que segundo ele não trará as soluções que o mundo necessita com urgência “para acabar com a pobreza e as desigualdades e ao mesmo tempo proteger o planeta”.

A ONG considera que essas questões “estão intrinsecamente ligadas e não podem ser tratadas separadamente”. “As propostas da Rio+20 separam as ações contra a pobreza e em defesa do meio ambiente”, disse Hill.

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