Rio – O segundo hospital de campanha das Forças Armadas no Rio deverá começar a funcionar neste sábado no Campo de Santana/Praça da República, no centro da cidade. O coordenador-geral do Comitê de Gestão Federal no estado, Sérgio Côrtes, a unidade, de responsabilidade da Marinha, começou a ser montada a partir das 15h de ontem. Côrtes se reuniu com representantes da diretoria de Parques e Jardins para acertar os detalhes da liberação para entrada de veículos com os equipamentos necessários.

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O secretário do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Jorge Solla, disse que cerca de 600 pessoas deverão receber atendimento ambulatorial na unidade diariamente. Esses pacientes passarão por triagem no Hospital Souza Aguiar, que fica em frente ao local. Com isso, o atendimento de emergência no Souza Aguiar ficará menos sobrecarregado. Ele informou também que desde a última segunda-feira a clínica Moncorvo Filho, do Exército, que fica próximo ao Souza Aguiar, já faz papel semelhante em horário noturno, com capacidade de atendimento diário de 100 pessoas.

Côrtes admitiu que, assim como ocorreu com o hospital de campanha da Aeronáutica, na Barra da Tijuca, na unidade de Campo de Santana/Praça da República, poderá haver uma sobrecarga por causa da demanda reprimida.

Ação contra Cesar Maia

A ação proposta na terça-feira pelos ministérios públicos federal e estadual contra o prefeito Cesar Maia e o secretário de Saúde Ronaldo Cezar Coelho foi distribuída ontem para a 18.ª Vara Federal. O primeiro passo no processo é notificar os acusados, que terão um prazo de quinze dias para apresentar defesa por escrito. Depois disso, o juiz terá prazo de trinta dias para decidir se aceita ou rejeita a ação. A ação, por improbidade administrativa, acusa os dois de má-gestão do setor de saúde no município.

Noite na fila

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A Aeronáutica encerrou às 9h30 de ontem a distribuição de senhas no terminal de ônibus da Alvorada, para atendimento no hospital de campanha da Aeronáutica, na Barra. A fila no terminal era grande já de madrugada. As primeiras pessoas começaram a chegar para assegurar um lugar às 19h de terça-feira. Quando a distribuição de senhas começou, às 7h30, 250 pessoas já aguardavam no terminal. Segundo os militares, pessoas de outros municípios estão procurando a unidade. O objetivo do hospital é o atendimento a moradores de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio, mas, nos três primeiros dias de funcionamento, pacientes vieram desde a Baixada Fluminense procurar a unidade. Na terça-feira, os militares também interromperam logo pela manhã a distribuição de senhas. Para atender a um número maior de pessoas, o comando da Aeronáutica decidiu que cada paciente terá direito a apenas um atendimento. O limite de atendimentos diários estabelecido pelos militares é de 400. Eles não querem aumentar este número para não comprometer a qualidade do serviço. Na segunda-feira, foram atendidos 219 pacientes, o que gerou 379 atendimentos médicos. Os pacientes são atendidos primeiro no terminal de ônibus da Alvorada, onde recebem uma senha. De lá, são levados num ônibus para o Clube da Aeronáutica. O hospital faz atendimento ambulatorial em pediatria, ginecologia, clínica médica, ortopedia e odontologia (somente para extração de dentes). São seis ambulatórios montados em barracas de ferro e cobertas de lona, impermeáveis e climatizadas. Segundo o major Gilberto do Amaral Teixeira, médico responsável pela unidade, a prioridade é prestar assistência básica, mas o hospital tem capacidade de fazer pequenas cirurgias.