Cerca de 150 professores da rede estadual de ensino do Rio que haviam ocupado, na tarde desta quarta-feira, 04, um prédio do governo do Estado no centro da capital foram retirados à força pela Polícia Militar, por volta das 23 horas. Os professores, em greve desde o dia 8, acusam os policiais de agir com violência.
O grupo entrou no prédio, situado na Rua da Ajuda, após uma assembleia durante a qual decidiram manter a greve. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), que representa a categoria, o prédio foi escolhido porque estaria ligado à Secretaria Estadual de Educação. No entanto, há dois anos a pasta transferiu-se para o bairro do Santo Cristo, na zona portuária. No antigo endereço funcionam atualmente outras pastas estaduais.
O grupo anunciou que permaneceria acampado no prédio até ser recebido pelo vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Segundo o Sepe-RJ, reunir-se com o secretário estadual da Educação, Wilson Rizolia, não produz efeitos, porque ele não teria autonomia para fazer acordos com a categoria. Sem acordo com Rizolia nem encontro agendado com Pezão, a PM entrou no prédio para expulsar os ocupantes.
Multa.
A Justiça do Rio determinou que os professores retornem ao trabalho em 24 horas. Se a ordem não for cumprida, o Sepe-RJ será multado em R$ 300 mil por dia. A determinação começará a valer quando o sindicato for notificado, o que não havia ocorrido até o final da noite de quarta-feira. O Sepe-RJ já anunciou que, quando for comunicado oficialmente, vai recorrer da decisão. A próxima assembleia da categoria está prevista para o próximo dia 11.
Os professores da rede municipal do Rio também estão em greve desde 8 de agosto e, assim como a rede estadual, tiveram a paralisação considerada ilegal. A Justiça concedeu 48 horas para os docentes voltarem ao trabalho, a partir da notificação ao mesmo Sepe-RJ. O descumprimento da ordem vai gerar multa de R$ 200 mil por dia. Os docentes farão nova assembleia amanhã, às 10 horas, em frente à prefeitura.