Rio: ocupação continua no antigo Museu do Índio

Mais de 50 pessoas, entre elas 15 índios, permanecem acampadas no antigo Museu do Índio, localizado ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, na zona norte do Rio, desde a tarde de ontem (5). O prédio, que ficou abandonado por anos, já havia sido ocupado pelos indígenas entre 2006 e março deste ano, quando foram retirados por determinação da Justiça.

Hoje à tarde, a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, fará uma reunião com os líderes do movimento no local. Segundo o índio Tiuré Potiguara, depois da desocupação do prédio em março, o patrimônio foi danificado e árvores centenárias derrubadas.

“Eles [o Estado e o consórcio] depredaram e descaracterizaram o patrimônio histórico do museu. O prédio foi transformado em um grande depósito de escombros da construção do Maracanã. Quebraram escadarias, entupiram o prédio de lixo, derrubaram árvores”, disse o indígena.

Tiuré Potiguara informou que os índios que reocuparam a chamada Aldeia Maracanã não querem que o prédio se transforme em um centro de referência da cultura indígena. “A nossa proposta é muito clara: queremos uma universidade que abra a universalidade do conhecimento indígena para todos do meio urbano e, também, para a formação dos índios. Estamos reivindicando esse projeto. O que queremos é que a Secretaria da Cultura ou outros organismos do estado participem, apoiem, mas que ele seja gerido, que ele seja administrado pelas lideranças indígenas”.

Ainda segundo Potiguara, as lideranças presentes na reunião ocorrida na tarde de ontem não representam os ocupantes do antigo Museu do Índio. A assessoria do governo estadual informou que o prédio vai virar um centro de referência da cultura indígena “naturalmente, sem haver moradia”.

Em nota, a Secretaria da Cultura informou que os “objetivos principais do centro serão os de promover, preservar e difundir a história, os valores, os conhecimentos e todos os aspectos culturais dos indígenas brasileiros, com foco especial nos grupos que vivem ou viveram nas diversas regiões do estado. O centro será ainda um ponto de formação, referência e apoio para os índios contemporâneos”.

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