A Prefeitura do Rio deu início nesta terça-feira à internação compulsória de adultos viciados em crack com uma megaoperação na cracolândia localizada às margens da Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, na altura da Favela Parque União, no Complexo da Maré, zona norte. A medida havia sido anunciada em outubro de 2012 pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), e ainda divide opiniões em relação à sua constitucionalidade.
Dezenas de viciados, entre eles crianças e mulheres grávidas, foram acolhidos e levados a um abrigo da Prefeitura em Paciência, zona oeste, onde estão sendo avaliados por equipes da Secretaria de Saúde. A entrada da Favela Parque União tornou-se a maior cracolândia da cidade após a pacificação da Favela do Jacarezinho, também na zona norte.
A ação desta terça-feira, iniciada de madrugada, contou com agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social, policiais militares dos batalhões de Choque, de Operações Especiais (Bope) e da Maré, além de policiais civis, guardas municipais e funcionários da Comlurb.
Para que a operação fosse realizada, as quatro pistas da Avenida Brasil foram fechadas por aproximadamente uma hora – para evitar que viciados em fuga fossem atropelados. Houve correria com a chegada dos agentes e policiais ao local.
Após o recolhimento de materiais utilizados como moradia pelos usuários, o espaço foi ocupado pela Polícia Militar, que manterá uma viatura no local. Um posto móvel para o acolhimento voluntário de dependentes da droga também será implantado no mesmo espaço. Funcionários da Rio Luz instalaram refletores no local.
Antes da operação na cracolândia, a Polícia Militar ocupou as favelas Parque União e Nova Holanda, na Maré, a fim de evitar represálias de traficantes. Houve intensa troca de tiros e dois policiais do Bope ficaram feridos por estilhaços. Uma pistola foi apreendida.