Rio Grande do Sul sem dinheiro para pagar funcionalismo

Porto Alegre (AE) – A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PDSB), estabeleceu o pagamento do funcionalismo como prioridade de seu primeiro mês de governo. ?Não quero que a folha de pagamento do Executivo seja sacrificada de maneira nenhuma em janeiro?, ressaltou ontem, ao sair de uma reunião com todo o secretariado. A tucana disse que quando fala em dificuldades financeiras não quer fazer ?terrorismo?, mas apenas deixar transparente a situação do Estado, que tem um déficit fiscal estimado em R$ 2,3 bilhões para este ano.

Neste mês, a receita adicional da antecipação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) ajudará a cobrir a folha de pagamento. Em fevereiro podem surgir problemas. A equipe econômica de Yeda tem dito que, mantidas as condições atuais, não terá dinheiro para quitar os 13 salários do ano. Sindicatos de servidores já admitem falar em greve se houver atraso.

Na mesma reunião, Yeda pediu aos secretários que evitem nomear 20% dos cargos comissionados previstos para cada pasta e cortem 30% do custeio da estrutura que vão administrar, confirmando uma medida que até então estava apenas citada em entrevistas.

Até agora, a necessidade de ajustar despesas à receita levou a governadora a suspender a oferta de serviços como confecção de carteira de identidade e entrega de certidões no litoral, desmontando a estrutura que o seu antecessor, Germano Rigotto (PMDB), havia montado para facilitar a vida dos veranistas. Yeda também proibiu as viagens de servidores e agentes públicos para participar de cursos e congressos com ônus para o Estado.

Três secretários foram encarregados por Yeda de visitar os demais. Aod Cunha, da Fazenda, colherá relatórios detalhados da situação financeira de cada pasta. Ariosto Culau, do Planejamento, fará um levantamento de como seus colegas pretendem viabilizar seus projetos com o pouco dinheiro disponível. E Paulo Fona, da Comunicação, tratará de unificar a linguagem da equipe.

Outro secretário, o chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Zachia, vai coordenar as negociações para a formação do segundo escalão. Yeda quer nomear os diretores de estatais e autarquias até o final do mês.

Otimismo

Em meio às agruras da falta de recursos, a governadora apelou para mensagens que recebeu recentemente para demonstrar otimismo. Yeda lembrou de um recado de um comandante da Gol, que destacou que há vôos que começam turbulentos e se tornam agradáveis logo depois, quando o avião atinge a altitude de cruzeiro.

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