Mais de 50 blocos saem nesta terça-feira, 25, no Rio, último dia oficial do Carnaval no Brasil, mas que em muitas cidades de estende até sábado ou até mais, como em Salvador. Logo pela manhã, desde o horário das 7 horas, acontece o bloco Fervo da Lud, da cantora Ludmilla, que tem como tema “Verdinha”, atual sucesso da cantora de funk. O horário, segundo a artista em sua rede social, “é para evitar que as pessoas fiquem muito bêbadas” e arrumem confusão, como no ano passado.
Em 2019, o bloco da funkeira foi cenário de cenas de violência, sendo obrigado a parar após apenas duas horas de apresentação depois que a polícia jogou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para conter uma briga, o que assustou os demais participantes.
Com a correria para fugir da violência policial, muitas das mais de um milhão de pessoas foram pisoteadas e saíram feridas. Classificado como “megabloco”, o acesso à apresentação recebeu o mesmo esquema de segurança de outros blocos gigantes – como o Bloco da Preta -, com grades cercando o local e revista minuciosa da polícia para chegar ao local.
Este ano, o Fervo da Lud promete atrair também cerca de um milhão de pessoas, segundo os organizadores. Se o número for confirmado, vai elevar para mais de 4 milhões o número de pessoas envolvidas no carnaval de rua carioca desde sábado.
Na segunda, 24, o Sargento Pimenta foi o que mais reuniu foliões, somando 340 mil pessoas, segundo a Riotur. Até o momento, o maior número de participantes é o do Bola Preta, 630 mil pessoas.
30 anos da Carmelita Fujona
Além do Fervo da Lu, o destaque da manhã é o Bloco das Carmelitas, há 30 anos no Carnaval carioca, que desfila nas ladeiras de Santa Teresa, também Centro. Conta a lenda que uma freira fugiu de um convento no bairro para brincar Carnaval e para não ser reconhecida outros integrantes se fantasiaram como ela, o que é repetido em todo desfile.
Na parte da tarde, a Orquestra Voadora promete levar milhares de pessoas ao Aterro do Flamengo, a partir das 13 horas.
Assim como outros blocos cariocas, este ano o grupo formado por músicos, pernaltas e acrobatas fez um apelo público para contribuições que viabilizassem o desfile. Segundo os organizadores, “são 200 músicos, 100 pernaltas, dezenas de malabaristas e acrobatas, 100 seguranças na corda e caminhão de som. sendo este último maior custo do desfile”, justificaram o pedido de ajuda financeira.
Um pouco mais tarde, à 16 horas, na zona sul, sai o “Largo do Machado, mas não largo do meu copo”, também já tradicional na cidade, no bairro do Largo do Machado, e no mesmo horário a histórica Banda de Ipanema, fundada em plena ditadura (1964) pelo compositor Albino Pinheiro, Ziraldo, Jaguar e toda a “Turma do Pasquim”, jornal que lutou contra a censura da época.
Antigamente , o desfile da “Banda” funcionava como uma espécie de fechamento do Carnaval, e até hoje seus participantes mantém a tradição de tocar em ritmo de samba a música “Carinhoso”, de Pixinguinha, compositor e músico que morreu no Carnaval e sempre é homenageado pela banda quando o desfile passa em frente à Igreja Nossa Senhora da Paz, no mesmo bairro que dá nome ao cortejo.