Rio (AE) – Entra em vigor na próxima segunda-feira a lei estadual que obriga as concessionárias do sistema ferroviário e metroviário do Rio de Janeiro a destinar vagões exclusivos para as mulheres nos horários de pico. Sancionada no dia 23 de março pela governadora Rosinha Matheus (PMDB), seu objetivo, é evitar os assédios.
Ontem, as concessionárias anunciaram como será a identificação externa dos vagões exclusivos, internamente iguais aos demais. No metrô, a identificação será feita por quatro faixas cor-de-rosa na parte superior do carro. Nos trens suburbanos, administrados pela Supervia, serão afixados adesivos de uma silhueta feminina ao lado da porta.
Conforme determina a lei, em cada composição que circular entre as 6h e 9h e entre 17h e 20h dos dias haverá um vagão exclusivo. Aos sábados, domingos e feriados a separação por sexo não é obrigatória. O diretor do Metrô Rio, Joubert Flores, disse que abusos contra as mulheres são "pouco freqüentes" no sistema metroviário "O nosso público é respeitador. Rejeita até jogar papel no chão. Não temos do que reclamar."
Segundo ele, dos 500 mil passageiros que usam o transporte diariamente, 49% são mulheres. "A nossa frota é de 34 trens, sendo que um deles sempre fica em manutenção. Dependendo da adesão, podemos aumentar os carros especiais."
Já a Supervia destinará 150 vagões para as mulheres, que representam 46% dos 400 mil passageiros que viajam todo dia de trem. "As mulheres podem usar qualquer vagão. Os homens é que não vão entrar no vagão delas ", disse Ivone Malta, gerente de Comunicação Corporativa da Supervia.