Porto Alegre – O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), disse ontem que é muito importante o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestar sempre que for possível, mas recomendou que as intervenções sejam distanciadas do processo eleitoral de 2006. "É muito importante que o presidente, sempre que tiver condições de falar e se posicionar fortemente, que o faça", afirmou, ao ser questionado sobre o discurso que Lula fez ontem na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. "Acredito que é muito importante que estas manifestações fiquem longe, distantes da eleição de 2006", aconselhou Rigotto.
Na avaliação do governador, haverá tempo para discutir a eleição do ano que vem. "Quanto mais o presidente se distanciar e sua manifestação não tiver a ver com eleição de 2006, melhor para ele e melhor para o País, analisou Rigotto.
"A manifestação firme dele (Lula), de que vai ajudar a buscar os responsáveis por irregularidades aonde estiverem e as ações que ele tiver nessa direção, com certeza serão aplaudidas pela população", completou Rigotto, depois de participar da solenidade de assinatura de um termo de compromisso para a instalação da Santa Fé Vagões no Rio Grande do Sul. A empresa é uma joint venture entre a América Latina Logística (40%) e a Millinium – associação entre a indiana Besco e a paulista Citra do Brasil.
O governador gaúcho é apontado como uma das alternativas de seu partido, o PMDB, para uma candidatura própria a presidente no ano que vem, ao lado de Anthony Garotinho, Nelson Jobim e Roberto Requião.
Tem tempo
Mas as eleições do ano que vem é um assunto do qual os governadores não conseguem escapar – se é que realmente desejam. Em Belo Horizonte, o governador Aécio Neves (PSDB) praticamente repetiu o mesmo conselho de Rigotto: "Não, nós temos um bom tempo ainda para essas questões eleitorais". Aécio foi indagado se concorreria à reeleição ou à presidência da República em eventual composição com outros partidos. "Hoje, o que nós precisamos em Minas é continuar trabalhando como nós estamos trabalhando. É isso o que nós mineiros temos que saudar, essa é a Minas real e não aquela que aparece eventualmente em jornal, com um ou outro personagem que infelizmente está aqui", disse numa clara referência ao empresário Marcos Valério, que se tornou nos últimos meses o mineiro mais comentado pela imprensa nacional e estrangeira, devido ao escândalo do mensalão.
