Brasília – Cerca de 50 homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal reforçaram a segurança na 10.ª Vara Federal de Brasília para o primeiro depoimento do ex-deputado Hidelbrando Pascoal. Ao lado do policial militar Reginaldo Rocha de Souza, do traficante Alexandre Alves da Silva e do pistoleiro Raimundo Alves de Oliveira, Pascoal irá a júri popular, acusado do assassinato do policial civil Walter Ayala, em setembro de 1997.

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Além desse crime, eles são acusados de formação de quadrilha e de matar o policial militar Sebastião Crispim, que, junto com Ayala, era uma das testemunhas da Subcomissão Nacional de Direitos Humanos, criada para investigar a atuação do esquadrão da morte no Acre. Os réus são suspeitos de fazer parte desse esquadrão.

Durante o depoimento, Hidelbrando negou participação nos crimes e alegou ser vítima de uma "perseguição política". Segundo o acusado, procuradores, promotores e delegados da Polícia Federal se "uniram para incriminá-lo". O ex-deputado afirmou que o desembargador Gercino José da Silva Filho e o procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza estão juntos na "perseguição" e chegaram a pagar pessoas para depor contra ele. "Para me incluir nessas mentiras, as mais terríveis armas foram utilizadas: ameaças, torturas, benefícios a assassinos. Muitas pessoas foram torturadas e pressionadas para me acusar", afirmou o ex-deputado.

Por mais de três horas, o ex-deputado fez acusações e atribuiu a "perseguição" ao seu "bom desempenho como parlamentar". Ele acrescentou: "Se todos os políticos agissem como eu, o Brasil teria menos corrupção e desemprego. Eu cumpri meu papel. Por isso, sou acusado." O depoimento de Hidelbrando Pascoal e dos outros acusados deve continuar durante a semana. O julgamento de dois policiais militares acusados de envolvimento na morte do policial civil Valter José Ayala foi desmembrado do julgamento do ex-deputado federal pelo Acre. A expectativa é que o júri chegue a uma decisão até sexta-feira.

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Os brutos também choram

Em depoimento na 10.ª Vara Federal de Brasília, o ex-deputado Hildebrando Pascoal negou envolvimento com grupos de extermínio e disse que todas as acusações contra ele são resultado de perseguição do procurador da República Luiz Francisco de Souza e do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Acre Jercino Alves da Silva Filho, hoje ouvidor agrário nacional.

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"Eles promoveram uma verdadeira campanha publicitária para me caluniar e me difamar perante a opinião pública", disse Hildebrando, que chegou a chorar durante o interrogatório.

Previsto para as 9h, o julgamento começou com meia hora de atraso. Cercado por homens do Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal, Hildebrando chegou ao edíficio-sede da Justiça Federal dando "bom dia" aos repórteres e carregando uma pilha de documentos. "Quero que toda a imprensa, que, já que me condenou, participe do meu julgamento para saber agora os motivos pelos quais fui cassado e preso", disse o ex-deputado ao chegar ao fórum.